"Hoje, às 22H50, 22 dos nossos cidadãos perderam a vida e 94 ficaram feridos num atentado à bomba contra um casamento", anunciou o governador da região, Ali Yerlikaya, num comunicado. "Condenamos os traidores que organizaram e perpetraram este ataque", prosseguiu.
Em entrevista ao canal de televisão CNN Turk, o deputado Mehmet Erdogan, do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), confirmou a versão de um ataque à bomba. O responsável pela explosão ainda não foi identificado, mas Mehmet Erdogan disse que é muito provável que se tenha tratado de um ataque suicida.
O deputado acrescentou que este tipo de ataque se enquadra no padrão que tem vindo a ser seguido pelo Estado Islâmico (EI), ou pelos rebeldes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Segundo a agência de notícias Dogan, a explosão que aconteceu teve como alvo uma cerimónia de casamento ao ar livre. Um responsável turco informou que, segundo as primeiras informações, a cerimónia ao ar livre ocorria no bairro de Gaziantep, de maioria curda, o que reforça as especulações sobre um atentado jihadista.
Numerosos curdos participavam do casamento, incluindo muitas mulheres e crianças, e "muitos curdos perderam a vida", lamentou o partido pró-curdo HDP, condenando o atentado.
"O objetivo do terror é aterrorizar a população, mas não vamos permitir que isso aconteça", garantiu o vice-primeiro-ministro turco, Mehmet Simsek. "Atacar um casamento é algo bárbaro", declarou à televisão turca.
Localizada a 64 quilómetros da fronteira com a Síria, Gaziantep tornou-se um importante centro de acolhimento de sírios que fogem da guerra civil no seu país. Depois de ter acolhido refugiados e ativistas da oposição, teme-se também a presença de extremistas.
Esta semana, o sudeste da Turquia foi alvo de três atentados que deixaram 14 mortos. O governo responsabilizou a guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o PKK curdo.
O ataque ocorre no mesmo dia em que primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, declarou que a Turquia quer ser "mais ativa" na crise síria nos próximos meses. "O derramamento de sangue deve acabar. Bebés, crianças, pessoas inocentes não devem morrer. Esta é a razão pela qual a Turquia será mais ativa na tentativa de impedir que (esta situação) piore nos próximos seis meses".
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