Crianças em carrinhos de bebé, outras com balões e várias centenas de famílias saíram às ruas de Hong Kong hoje pela manhã para mostrar o seu apoio ao movimento pró-democracia.
A atmosfera amigável desta manifestação contrastou com os confrontos cada vez mais violentos que marcaram os recentes protestos pró-democracia em Hong Kong.
Num pequeno folheto colorido distribuído para as famílias que estavam se manifestando, um alfabeto explica o movimento de protesto de uma forma lúdica para as crianças: A para ‘angry'(raiva, em inglês), D para ‘demostrantion’ (demonstração) e P para ‘protest’, entre outra letras.
Faye Lai, funcionária de um teatro, com a sua sobrinha de três anos, disse estar se manifestando na esperança de que o os protestos ajudem os mais jovens a entender a crise que abala Hong Kong há mais de dois meses.
“Precisamos explicar às crianças a situação que Hong Kong está a enfrentar atualmente e ensinar-lhes como é uma boa sociedade”, disse Faye Lai à agência de notícias AFP.
“O futuro pertence às crianças e o futuro de Hong Kong pertence a elas”, acrescentou.
A mobilização das famílias foi autorizada pelas autoridades de Hong Kong, ao contrário de várias outras planeadas para este fim de semana e de forma geral até ao momento.
Mais cedo hoje, idosos realizaram uma manifestação chamada de “cabelos prateados” e enviaram petições à sede da polícia e ao escritório da líder de Hong Kong, Carrie Lam, para marcar o seu apoio ao movimento de protesto.
Também decorre hoje o segundo dia, de um total de três, dos protestos no aeroporto internacional de Hong Kong, reunindo milhares de pessoas.
Hong Kong, uma antiga colónia britânica e que é atualmente uma região administrativa da China, está a atravessar a sua pior crise política desde a sua transferência para as autoridades chinesas em 1997.
Nos últimos dois meses, o território tem sido palco de manifestações quase diárias que muitas vezes têm degenerado em confrontos entre as forças policiais e ativistas mais radicais.
Em várias ocasiões, a polícia tem recorrido a gás lacrimogéneo e a balas de borracha para dispersar os manifestantes.
A contestação nas ruas, iniciada contra um projeto de alteração, entretanto suspenso, à lei da extradição, generalizou-se e denuncia agora o que os manifestantes afirmam ser uma “erosão das liberdades” no território.
Comentários