Em declarações à agência Lusa, a coordenadora científica do Atlas dos Municípios Saudáveis, Paula Santana, explicou que este é um instrumento assente em sistemas de informação geográfica, que caracteriza os 64 municípios da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis (RPMS), num conjunto alargado de dimensões e indicadores de saúde.
“O Atlas é fundamental para informar a decisão política e a ação dos municípios que integram a Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis. É diferente porque segue uma estrutura que tem por base um modelo de avaliação multidimensional da saúde da população”, esclareceu.
A apresentação do Atlas dos Municípios Saudáveis, que resulta do protocolo celebrado entre a RPMS e a equipa de Investigação em Geografia da Saúde do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento Território da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, está agendada para sexta-feira, no Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal.
Segundo Paula Santana, este instrumento tem por base uma abordagem geográfica da saúde, que favorece a análise da relação entre as características do lugar de residência e o estado de saúde da população que aí reside.
“Parte também de uma abordagem intersetorial, ou seja, a saúde em todas as políticas”, acrescentou.
O trabalho foi desenvolvido “com base em processos participativos”, oferecendo "uma base de evidência sobre o estado da saúde da população" (de que doenças sofre, de que causas morre) e os fatores contextuais que podem influenciar a saúde e bem-estar, “nomeadamente as condições sociais, económicas e ambientais, ou seja, como vive essa população e a que recursos tem acesso”.
“Por fim, apresenta as boas práticas de cada um dos 64 municípios: ações e projetos locais que revelaram ter potencial para contribuir positivamente para a promoção da saúde da população desses municípios”, informou.
O Atlas dos Municípios Saudáveis integra os dados de 64 municípios, onde residem 4.557.911 de habitantes, correspondendo a 44% da população portuguesa (em 2021).
A saúde da população de cada município é avaliada em nove dimensões - duas de resultados em saúde e sete de determinantes da saúde -, que se desagregam em 94 indicadores (54 indicadores prioritários e 40 indicadores complementares).
Entre os objetivos deste instrumento estão a projeção da RPMS, a nível nacional e internacional, como um agente catalisador do Projeto das Cidades Saudáveis da Organização Mundial de Saúde (OMS).
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