“Todos os cidadãos estrangeiros, depois de identificados, foram informados pela juíza dos seus direitos e deveres. Quando questionados se pretendiam prestar declarações, alguns manifestaram essa intenção”, revelou o SEF sobre as audições por videoconferência hoje realizadas pelo tribunal de Faro.
A mesma fonte adiantou que, por essa razão, a juiz responsável pelo caso marcou para as 09:30 de sexta-feira “a continuação da diligência judicial” que irá determinar as medidas cautelares a aplicar ao grupo de 28 migrantes, depois da entrada irregular em território português.
Dois dos elementos do grupo testaram positivo à covid-19 e encontram-se isolados dos restantes elementos, que se “manterão para já” na Base de Apoio Logístico (BAL) da Proteção Civil em Quarteira, no concelho de Loulé, para onde todos foram transportados na terça-feira, após o desembarque na ilha Deserta.
No grupo viajavam também um menor de 15 anos e três mulheres, uma delas grávida. As migrantes do sexo feminino encontram-se numa zona distinta à que acolhe os homens.
As audições judiciais aos 28 migrantes tiveram início hoje às 11:00, por videoconferência, a partir da BAL de Quarteira, depois de, na quarta-feira, o grupo ter sido sujeito à realização dos testes covid-19 e avaliação médica.
“Dois deram positivo, o que implica necessariamente que sejam cumpridas nesta matéria as indicações e determinações da autoridade de saúde e, portanto, eles já estão neste momento separados, dando cumprimento às determinações da autoridade de saúde”, afirmou a diretora nacional do SEF, Cristina Gatões, após serem conhecidos os resultados.
A mesma fonte adiantou que os 28 migrantes iriam permanecer na Base de Apoio Logístico (BAL) da Proteção Civil, em Quarteira, no concelho de Loulé, até serem ouvidos em tribunal e serem aplicadas as medidas cautelares.
As autoridades intercetaram, na terça-feira, o grupo de migrantes que desembarcou ilegalmente na ilha Deserta e se colocou em fuga de seguida, disse então à Lusa fonte da Autoridade Marítima.
O comandante da Zona Marítima do Sul explicou na ocasião que o grupo de 28 migrantes seguiu depois “em trânsito para o cais comercial de Faro a bordo de embarcações da Polícia Marítima e da GNR”, sendo posteriormente transportado de autocarro para Quarteira, onde foi sujeito à realização de testes de despiste à covid-19 e ficou a cargo do SEF.
A embarcação em que os 28 migrantes chegaram à ilha tem cerca de sete metros e é semelhante às usadas nos outros cinco desembarques ilegais registados na região desde dezembro.
O desembarque foi comunicado às autoridades via 112 por pessoas que se encontravam na praia, naquela ilha, que não possui habitantes e apenas tem um restaurante e um apoio de praia.
Este é o sexto de desembarque ilegal na costa algarvia envolvendo migrantes do Norte de África.
O mais recente caso ocorreu em julho, quando um grupo de 21 homens, alegadamente marroquinos, desembarcou na ilha do Farol, também no concelho de Faro.
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