O ministro, ouvido hoje por vídeoconferência pela comissão de Assuntos Europeus da Assembleia da República, falava dos esforços desenvolvidos pelo Governo para a aquisição de material por diferentes vias para, sublinhou, garantir necessidades futuras.
Sobre o momento atual, o ministro citou o boletim diário da Direção-Geral da Saúde divulgado quando decorria a audição e segundo o qual há neste momento em Portugal “188 doentes de covid-19 em unidades de cuidados intensivos num total de 627 internados”.
“Nestas condições, o nosso Sistema Nacional de Saúde responde claramente, por isso o primeiro-ministro disse, e bem, que até agora nada tinha faltado de essencial”, afirmou, recuperando uma afirmação de António Costa, numa entrevista à TVI a 23 de março, que suscitou críticas em face de queixas do pessoal hospitalar da falta de equipamentos de proteção individual.
O ministro respondia a uma pergunta da deputada Cristina Rodrigues (PAN) sobre se Portugal está a recorrer, como outros países, a ajudas entre Estados na obtenção de equipamento e material médico ou facilitação de repatriamentos.
“Evidentemente estamos a ajudar e pediremos ajuda quando for necessário”, disse Santos Silva, considerando que “Portugal está neste momento do lado daqueles que podem apoiar”, mas “nunca perdendo de vista” que o país não sabe se está “numa fase inicial” da pandemia e deve ver sempre a questão “com toda as cautelas, prudência e humildade que a crise exige”.
Como exemplos dessa cooperação entre Estados, Santos Silva referiu como foi “muito importante para a China”, no início do surto, Portugal “não falar de vírus da China ou dizer que era um problema da China” e ter sido “dos mais escrupulosos” na organização do voo de repatriamento de cidadãos portugueses em Wuhan sem “pôr em causa” as autoridades chinesas.
Também Itália, com Portugal a assegurar “que não fecharia fronteiras e acompanharia as consequências das decisões das autoridades italianas” e a facilitar o repatriamento de italianos “quando as ligações já estavam suspensas”.
Ao deputado João Almeida (CDS), que o questionou sobre se são suficientes os materiais e equipamentos adquiridos através da iniciativa da União Europeia para o aprovisionamento comum, o ministro admitiu que “não chega” se houver uma multiplicação de casos, razão pela qual o Governo realizou encomendas a países terceiros e reforçou a capacidade nacional de produção.
“Precisamos de ventiladores, temos de precaver, testes e equipamentos de proteção individual (…) Já estão a ser produzidos, em protótipos, caso dos ventiladores, ou em massa, no caso de testes e material de proteção”, disse.
Santos Silva já tinha afirmado antes, em resposta a Isabel Oneto (PS), que “muitas empresas têxteis estão a converter a sua atividade para produzir máscaras e respiradores”, que o sistema científico, “por sua iniciativa, está a desenvolver testes” e que “um dos melhores centros de engenharia está prestes a concluir um protótipo de ventilador para produção em massa”.
À parte a capacidade de produção no país, Santos Silva assegurou, em resposta a Isabel Meireles (PSD), ter dado instruções a toda a rede diplomática “para prospeção e identificação” de possibilidades de abastecimento.
“Tem-se materializado sobretudo junto China”, disse, salientando “o empenhamento” com que Pequim está “a colaborar” com Portugal.
(Notícia atualizada às 17:49)
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