Um estudo do SICAD hoje apresentado revela que os consumos de álcool e tabaco e de substâncias psicoativas ilícitas, principalmente ‘cannabis’, aumentaram nos últimos cinco anos em Portugal.
“Verificamos uma subida das prevalências dos consumos de álcool e tabaco e de uma qualquer substância psicoativa ilícita (marcada, essencialmente, pelo peso do consumo da cannabis na população entre os 15 e os 74 anos, entre 2012 e 2016/17, revela o “IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, Portugal 2016/17”.
O estudo visou estimar as prevalências dos consumos de substâncias psicoativas lícitas (álcool, tabaco, medicamentos – sedativos, tranquilizantes e/ou hipnóticos, e esteroides anabolizantes), e ilícitas (cannabis, ecstasy, anfetaminas, cocaína, heroína, LSD, cogumelos mágicos e de novas substâncias psicoativas), bem como das práticas de jogo a dinheiro.
Segundo o estudo, o consumo de álcool apresenta subidas das prevalências ao longo da vida, quer entre a população total (15-74 anos) quer entre a população jovem adulta (15-34 anos), e entre homens e mulheres.
Para o diretor-geral do SICAD, João Goulão, estes dados vão no sentido daquilo que os profissionais já iam assistindo no terreno.
O especialista defendeu uma análise mais profunda destes dados, a qual terá de ser feita em conjunto com os parceiros deste organismo, até porque decorreram num período “com várias ocorrências”, nomeadamente a crise económica que afetou Portugal.
João Goulão reconhece a dificuldade em “estabelecer relações de causa e efeito”, avançando que a crise e a própria retoma poderão ter contribuído para estes indicadores.
O diretor-geral do SICAD sublinha, ainda assim, o aumento do consumo do álcool nas mulheres e o consumo problemático da cannabis como dois indicadores que merecem uma interpretação mais desenvolvida.
Em termos gerais, João Goulão sublinha que, “apesar de tudo, estes consumos situam Portugal na metade inferior da tabela ao nível europeu”.
E entre as boas notícias que o diretor-geral do SICAD encontra no relatório está o decréscimo no consumo de medicamentos. “Ficamos animados, mas temos de perceber porquê”, disse.
Nos medicamentos, terceira substância mais consumida na população total, as prevalências descem, refere o inquérito, que foi iniciado em 2001, tendo sido replicado em 2007, 2012, e em 2016/2017, que envolveu uma amostra de 12 mil inquiridos, representativa da população geral entre os 15 e os 74 anos.
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