"Consideramos que é da mais elementar justiça, num setor que há 8/9 anos não tem qualquer aumento salarial. Num quadro de reposição de rendimentos e direitos, que se tem verificado, de avanços que se constatam, não se entende essa resistência e atitude, perante um setor que foi profundamente fustigado pelo Governo anterior e outros", disse Jerónimo de Sousa.
À margem de uma reunião com representantes da ANAFRE (Associação Nacional de Freguesias), na sede partidária, em Lisboa, o líder do PCP comentava uma notícia do jornal diário Público, segundo a qual o ministro das Finanças, Mário Centeno, "não dá margem para aumentos na função pública".
"Isso é uma opinião do ministro. Os trabalhadores e as suas organizações unitárias encontrarão uma forma de colocar na ordem do dia essa grande e justa reivindicação de, ao fim de estes anos todos, se encontrar uma resposta positiva para aquilo que é das maiores injustiças, tendo em conta o facto de há tantos anos não haver qualquer aumento salarial", continuou.
Segundo Jerónimo de Sousa, esta tem sido uma "questão sempre presente" nas discussões sobre os Orçamentos do Estado, que até levou ao descongelamento das carreiras, mas "falta dar esse passo de valorização dos salários".
Portugal é um dos nove Estados-membros da União Europeia onde os trabalhadores continuam a ganhar menos do que antes da crise, "apesar de toda a conversa sobre a retoma económica", denunciou hoje também a Confederação Europeia de Sindicatos (CES).
"Estamos perante uma grande omissão. Um pequeno passo é sempre positivo, mas não responde a esta justa reclamação. É preciso repor justiça aos trabalhadores da função pública, tal como ao setor privado", sublinhou, vincando que houve uma resposta positiva da economia portuguesa, com a reposição de rendimentos e de direitos e do consequente aumento do poder de compra.
Para o líder do PCP, "a visão do Governo anterior, de que era preciso os trabalhadores ficassem piores para a economia do país ficar melhor" foi derrotada.
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