Quatro meses depois do escândalo "Ibizagate", Kurz vê o seu partido conservador obter cerca de 37% dos votos, um resultado quase seis pontos percentuais melhor do que em 2017, segundo projeções da emissora pública ORF.

A popularidade de Kurz não sofreu com a tempestade que em maio fez cair o seu governo, formado com o Partido da Liberdade da Áustria (FPO, extrema-direita).

"Foram quatro meses difíceis e agora a população votou em nós para voltarmos", disse Kurz, citado pela agência Reuters.

A coligação, alcançada em dezembro de 2017 e apresentada à Europa diante da ascensão dos nacionalismos, implodiu após 18 meses.

A aliança não sobreviveu às revelações comprometedoras do então chefe do FPO e número dois do governo, Heinz-Christian Strache, num escândalo batizado de "Ibizagate".

Nestas eleições, o FPO foi castigado pelo escândalo, perdendo cerca de dez pontos percentuais em relação à 2017, obtendo cerca de 16% dos votos. Chega, assim, atrás dos sociais-democratas, que com 22% ficaram em segundo.

Em maio, a imprensa alemã revelou um vídeo filmado com uma câmara escondida em Ibiza (Espanha) em 2017, em que Strache era visto propondo participações em mercados públicos a uma pessoa supostamente ligada a um oligarca russo. Em troca, pedia apoio financeiro.

Strache teve de renunciar e Kurz expulsou o FPO do governo. Alguns dias depois, o próprio Kurz foi destituído como chefe do Executivo por meio de uma moção de censura.

"Houve muito caos nos últimos meses, esperamos algo menos caótico", disse à AFP Clara Heisinger, eleitora que votou numa faculdade no centro de Viena.

Kurz tem agora várias hipóteses de coligação, nomeadamente com o FPO novamente ou com os Verdes, não tendo adiantado ainda que decisão irá tomar, prevendo-se que aí venham algumas semanas de negociações.

Depois de uma campanha em que as questões climáticas substituíram a questão migratória, que dominou as eleições legislativas de 2017, os Verdes voltam ao Parlamento com 13 ou 14% dos votos, segundo as projeções.