O autarca disse à agência Lusa que a situação na Câmara de Castro Marim “é insustentável”, porque a oposição - formada pelo PS (dois vereadores) e pelo movimento Castro Marim Primeiro (CM1 – um vereador) - está a “bloquear” e a impedir o presidente e a vice-presidente - eleitos pelo PSD - de fazerem a gestão municipal, e esta posição já foi comunicada ao Governo.
“Já tive uma reunião com o secretário de Estado das Autarquias [Locais, Carlos Miguel], já conversámos este assunto, agora não quero prejudicar mais o município – estamos a lançar obras, quero lançar as obras todas, acabar isso e arrumar a casa – e depois estou convencido que, lá para o final do mês, ou princípio do mês que vem, vamos pedir a demissão da minha lista”, afirmou o autarca.
Francisco Amaral, que manteve a presidência, mas perdeu a maioria absoluta nas últimas eleições autárquicas, antecipou que a demissão será apresentada ao secretário de Estado, que depois deve “nomear uma comissão de gestão enquanto não se desenrolar o processo eleitoral”.
“E estou convencido que lá para abril vai haver eleições”, apontou o autarca social-democrata, considerando que “não faz sentido” e “não agrada nada” a ideia de as eleições intercalares em Castro Marim poderem ser realizadas em simultâneo com as Europeias, marcadas para 26 de maio.
Antes de ser eleito pela primeira vez para presidir à Câmara de Castro Marim, em 2013, Francisco Amaral esteve cerca de duas décadas na presidência do município vizinho de Alcoutim, sempre com maiorias absolutas.
Nas últimas autárquicas, em 2017, a sua lista ficou em minoria, com o PSD a perder um vereador para o movimento independente CM1, liderado pelo seu antecessor e ex-militante social-democrata, José Estevens, que passou a ter um papel importante no desempate entre os dois eleitos do PSD e os dois do PS.
Mas Francisco Amaral garantiu que se vai recandidatar e considerou que a população “está farta” dos “bloqueios” a que a gestão municipal tem estado sujeita.
“Sim. Aliás, eu sinto que a população está revoltada com o que se está a passar, manifesta um descontentamento muito grande, e vai penalizar de certeza a oposição porque, de facto, é uma oposição que está ali só para dificultar, obstaculizar, boicotar e destruir este concelho”, respondeu o autarca ao ser questionado se iria recandidatar-se.
A possibilidade de o presidente da Câmara de Castro Marim se demitir foi avançada hoje pelo jornal regional Sul Informação.
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