“Pedi uma reunião do executivo ao senhor ministro [das Infraestruturas] porque entendo que a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo [APDL] terá um cronograma para cumprir que tem de ser definido pela tutela e, portanto, é com a tutela que a câmara municipal se deve articular”, afirmou.

Luísa Salgueiro (PS) falava na reunião pública do executivo municipal, depois de todos os vereadores da oposição abordarem a questão das obras em Leixões.

Segundo a autarca, há uma “questão no tempo” a resolver, porque a administração portuária garantiu que, até ao início da obra de prolongamento do quebra-mar, com adjudicação prevista para fevereiro, “serão dadas respostas a todas as questões das entidades chamadas a pronunciar-se”, mas a câmara defende que essas devem ser dadas até à adjudicação.

“Há aqui uma decisão política a tomar entre estes dois momentos e essa compete ao ministro tomá-la, daí o nosso pedido de reunião”, acentuou.

Além deste pedido, Luísa Salgueiro acrescentou ter sugerido a Pedro Nuno Santos para promover “rapidamente” uma reunião do grupo de trabalho de acompanhamento do quebra-mar, criado para estudar e analisar os impactos desta empreitada.

A presidente da Câmara de Matosinhos, no distrito do Porto, referiu ter feito esta sugestão, depois de ter reunido e recebido, na segunda-feira, documentos da APDL referentes à empreitada em causa.

Depois de a APDL ter anunciado na semana passada que a adjudicação da obra deverá ser feita em fevereiro e a presidente do município se ter mostrado “surpreendida” com a notícia, o vereador da CDU considerou hoje que este processo “não começou bem por ter sido discutido muito à porta fechada” e, quando apareceu já no seu formato mais definitivo, assustou e alarmou os munícipes.

José Pedro Rodrigues recordou que o executivo municipal colocou uma série de questões à APDL por forma a que o processo seja bem conduzido e os munícipes vissem as suas preocupações esclarecidas, perguntas essas às quais ainda não foi dada resposta.

Já o vereador independente António Parada lembrou que é preocupação do executivo manter o porto de pesca em Matosinhos, porque o concelho está ligado ao mar e ao peixe.

“Vai manter-se em Matosinhos, embora num espaço reconfigurado e adaptado às necessidades atuais”, concluiu António Parada, que é também

Na opinião do independente Narciso Miranda, o Estado tem de responder de forma clara à câmara, desejando que a empreitada não se faça como está traçada.

Além disso, Narciso Miranda lembrou que o porto tem limites e que não poderá ser “alargado” muito mais.

Por seu lado, o vereador social-democrata Jorge Magalhães teme que esta obra venha a ser uma “espécie de Prédio Coutinho” em Viana do Castelo.

O prolongamento de 300 metros no quebra-mar exterior – que permanece inalterado desde 1940 – tem por objetivo reforçar a segurança na entrada da barra e melhorar a operacionalidade, assegurando uma acessibilidade mais segura e facilitada nas diversas condições ‘meteo-marítimas’.