Os eleitores vão ser chamados a votar a 1 de outubro nos seus representantes nas 308 câmaras e assembleias municipais e 3.092 freguesias.
“O objetivo é ganhar a maioria das câmaras e das freguesias, mas isso depende de votos”, disse à agência Lusa a socialista Maria da Luz Rosinha, coordenadora autárquica, acrescentando que “combater a abstenção é também um grande objetivo do PS”.
A antiga presidente da Câmara de Vila Franca de Xira salientou que a conquista de mais autarquias visa “manter a presidência da Associação Nacional de Municípios Portugueses [ANMP] e da Associação Nacional de Freguesias [Anafre]”.
“Lisboa, pelo trabalho feito, dá-nos garantias de um excelente resultado, agora é preciso que o cidadão tenha a consciência da responsabilidade que lhe cabe e votar”, afirmou a deputada.
Rosinha referia-se ao “estado de graça” do atual presidente socialista Fernando Medina, que se candidata pela primeira vez e terá como principais opositores João Ferreira (CDU), Teresa Leal Coelho (PSD) e Assunção Cristas, líder do CDS-PP.
O PS, que detém 149 câmaras, apresentou candidaturas próprias em 297 concelhos, coligações em três municípios e apoia listas de oito grupos de cidadãos eleitores, segundo um comunicado do partido.
Por seu lado, o coordenador autárquico do PSD disse à Lusa que “um democrata nunca deve ficar satisfeito com abstenção elevada, agora isso muitas vezes é da responsabilidade dos políticos, porque levam à descredibilização da democracia e as pessoas não se sentem identificadas”.
Carlos Carreiras não se quis alongar sobre o processo autárquico “laranja”, por já ter cumprido as suas “obrigações”, mas reafirmou que o PSD pretende “conquistar o maior número de câmaras e de freguesias e a liderança da ANMP e da Anafre”.
O também presidente da Câmara de Cascais afirmou que, “no saldo global, foi tudo muito pacífico”, mesmo havendo “um ou outro caso com a sua complexidade”.
Como a escolha do antigo vereador social-democrata e agora independente Marco Almeida para se recandidatar em Sintra, pela coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM, contra o atual presidente da autarquia, Basílio Horta (PS), que teve de substituir por José Ribeiro e Castro (CDS-PP) o seu candidato à assembleia municipal, António Capucho, expulso do PSD.
O recandidato Carlos Carreiras advogou “o combate à abstenção”, que atingiu níveis elevados em Cascais, “parte da estratégia da oposição”, onde se inclui a candidata socialista Gabriela Canavilhas.
O PSD contabilizou 190 listas próprias e cerca de 120 coligações para tentar superar as suas atuais 106 câmaras (20 em coligação).
Pelo PCP, o coordenador autárquico resumiu que “o fundamental é construir uma intervenção eleitoral que permita ampliar a ideia de que a CDU mais forte é um elemento de vantagem não apenas para resolução de problemas locais, mas para defesa dos trabalhadores”.
Jorge Cordeiro conta com o aumento de mandatos, tirando partido dos eleitores que, não votando sempre na CDU, optam nas autárquicas pela coligação com o Partido Ecologista “Os Verdes”, como demonstram resultados favoráveis em eleições intercalares.
A coligação, que lidera 34 câmaras, apresentou candidaturas próprias em 304 municípios e concorre a 1.807 freguesias.
Já o coordenador autárquico do CDS-PP, Domingos Doutel, admitiu que há a “ambição de crescer em autarquias”.
“Vamos ver como corre, mas estamos com esperança de correr bem”, afirmou.
O partido apoia a recandidatura do independente Rui Moreira, atual presidente da Câmara do Porto.
Os “centristas” correm em 266 concelhos, dos quais 156 com listas próprias, 95 em coligação com o PSD, um com o PPM e 14 com grupos de cidadãos eleitores.
“Estas novas condições políticas em que o Bloco de Esquerda vai às eleições autárquicas decorrem muito do novo quadro parlamentar e da afirmação ao longo destes dois anos como força capaz de constituir consensos, [e] maiorias”, notou Pedro Soares.
O coordenador autárquico adiantou que o BE “vai candidatar-se a 131 municípios” e, sem contas fechadas, “ao maior número de sempre de freguesias”.
O BE ambiciona voltar à vereação em Lisboa, estrear-se no executivo do Porto, recuperar Salvaterra de Magos e conquistar mandatos no interior, viabilizando “a constituição de maiorias para a governação dos municípios e das cidades”, enunciou o deputado.
O período de campanha eleitoral decorre de 19 a 29 de setembro.
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