Faltavam cerca de 25 minutos para as 15:00 de quinta-feira quando Jerónimo de Sousa entrou no Centro de Trabalho do PCP em Montemor-o-Novo, concelho do distrito de Évora que é presidido pela CDU desde 1976.

À agência Lusa disse estar confiante de que a ‘volta’ que fez pelo país durante quase duas semanas vai produzir resultados positivos, mas é cauteloso.

“Conseguirmos mais mandatos e mais votos é uma possibilidade real”, concretizou, referindo, no entanto, que este objetivo “não está quantificado”.

Um “bom resultado era não só” prolongar a presidência das 24 autarquias da CDU por mais quatro anos, mas também “aumentar o número de freguesias e o número de câmaras”, completou.

De Viana do Castelo a Faro, a experiência na rua, considerou, contrastou com as declarações de “certos círculos” que diziam que a “CDU ia desaparecer”.

Na sala onde Jerónimo de Sousa está a conversar com a Lusa há três mesas. O dirigente comunista está na do centro e ao lado há uma vitrina com objetivos decorados com a foice e o martelo alusivos ao PCP e até uma matriosca, como se se tratasse de um testemunho dos diferentes períodos do partido que celebra este ano o seu centenário.

Em quase duas semanas de campanha eleitoral, o secretário-geral do PCP optou, na maioria das vezes, por falar apenas sobre o propósito das iniciativas em que esteve presente, em vez de entrar no que considerou a “política espetáculo” que “não ajuda nada ao esclarecimento”.

Questionado sobre esta escolha, o membro do Comité Central comunista sustentou que nestas eleições autárquicas “não se fala de autárquicas e vai-se para a política geral”, como se o país estivesse “em eleições legislativas”.

“Os arrufos entre forças políticas, entre líderes, dirigentes ou até candidatos não contribuiu para um esclarecimento saudável de colocar problemas, apresentar propostas para os resolver, indo muito ao concreto… Mesmo que isso não tenha o brilho e o mediatismo de um conflito artificial”, sustentou.

Sobre o Orçamento do Estado para 2022, o tópico incontornável depois das eleições, Jerónimo de Sousa não antevê uma negociação mais difícil do que em anos anteriores, mas advertiu que “o Governo patinou” na execução e reiterou a crítica de há várias semanas sobre o presente Orçamento de Estado, que “não é para seis meses, é para 12”.

“Não estamos aqui a apresentar nenhuma carta reivindicativa que, de repente, tirámos da cartola e colocámos o Governo perante isso. Não! Já está aprovado e porque é que não se avança”, concluiu.

A CDU está na presidência de 24 municípios, entre eles nove bastiões: Arraiolos, Mora e Montemor-o-Novo (distrito de Évora), Avis (Portalegre), Serpa (Beja), Moita, Seixal, Palmela e Santiago do Cacém (Setúbal).

As restantes autarquias são Alvito, Cuba e Vidigueira (Beja), Vila Viçosa (Évora), Silves (Faro), Loures, Sobral de Monte Agraço (Lisboa), Monforte (Portalegre), Alpiarça e Benavente (Santarém), Alcácer do Sal, Grândola, Sesimbra (distrito de Setúbal), Évora e Setúbal.

O período de campanha oficial para as eleições autárquicas de 26 de setembro termina hoje à meia-noite, antevéspera do dia eleitoral, segundo o calendário divulgado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

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