Para apresentar a proposta, juntaram-se, nas arribas do Caminho da Aguda, com vista para o mar, os candidatos de três dos concelhos por onde aquela ciclovia passaria, Sintra, Mafra e Odivelas (Lisboa e Amadora são os outros dois, mas não puderam estar presentes), apoiados pela líder do partido, Inês de Sousa Real.
Aos jornalistas, Miguel Santos, candidato do PAN à Câmara de Sintra, explicou que “a ideia” da transciclovia – num trajeto com cerca de 35 quilómetros – “é dar aos habitantes de Sintra meios suaves de chegarem a Lisboa”.
Ora, “isso não existe em Sintra, […] todas as pessoas são empurradas para o comboio ou para o IC19”, lamentou, realçando que basta pensar “nos dias de greve da CP” para perceber a utilidade da ciclovia.
“Para que os meios suaves existam, é preciso criar infraestruturas”, vincou, explicando ainda que, no caso de Sintra, o percurso da ciclovia seria “acessível de todo o concelho”, o que a situa nas fronteiras das várias freguesias.
A mobilidade “é um dos grandes desafios” da área metropolitana de Lisboa, acompanhou Inês de Sousa Real, fazendo um balanço de “ânimo” da campanha para as eleições do dia 26.
A deputada defende uma “visão à escala metropolitana, porque nenhuma cidade é uma ilha”.
Sabendo que este tipo de resposta – a ciclovia – “não serve a todos os munícipes”, o PAN defende, “em paralelo e em simultâneo”, o reforço dos transportes públicos, “que não se coaduna com ter autocarros a passarem apenas de hora a hora ou uma vez ao final do dia”.
Os autarcas têm de “pensar em alternativas que permitam conjugar as diferentes formas de mobilidade”, apelou a deputada, lembrando que haverá financiamento para tal, no quadro do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Inês de Sousa Real comprometeu-se a apresentar “soluções para que o PRR seja bem aproveitado em prol das necessidades da população e do combate a alterações climáticas”.
É preciso – frisou – “aproveitar o dinheiro que aí vem” para, por exemplo, “adaptar o metropolitano de Lisboa a quem tem mobilidade condicionada” e atualmente a ele não consegue aceder.
Nas reuniões com o Governo, a propósito do próximo Orçamento do Estado, o PAN tem “posto em cima da mesa a necessidade de investir em matérias de adaptação do território para o combate às alterações climáticas”, adiantou.
“Ainda é cedo para dizer [como está a correr], ainda estamos a fazer reuniões e negociações setoriais”, salientou, antecipando que “muita água vai correr” até à aprovação do Orçamento.
“Tem havido uma aproximação. No entanto, […] são momentos difíceis de negociação. Nem sempre o Governo é tão ambicioso quanto o PAN deseja”, reconheceu.
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