"O que o doutor Isaltino está a tentar fazer é algo que não se deve fazer, é condicionar o poder judicial, é condicionar os tribunais", afirmou o independente Paulo Vistas.
O presidente da autarquia e candidato do movimento Independentes Oeiras Mais à Frente (IOMAF), considerou que "os tribunais, o sistema judicial, têm mecanismos para garantir a imparcialidade da decisão" e que a resposta deve ser tomada através de recursos.
"O que o doutor Isaltino está a fazer é focar-se em outras candidaturas, mais concretamente nas nossas candidaturas, para exercer uma pressão sobre o poder judicial. É inadmissível", reforçou.
O presidente da autarquia afirmou "estar de consciência tranquila" pela obra que realizou, apesar de admitir que foi "um dos padrinhos" de casamento do magistrado do tribunal de Oeiras que recusou a candidatura de Isaltino Morais.
Paulo Vistas assegurou que só tomou conhecimento da intervenção do juiz na análise das candidaturas quando foi notificado do despacho na terça-feira e que Isaltino Morais também conhece pessoalmente o magistrado "do mesmo sítio", porque antes de enveredar pela magistratura "militou no PSD".
"Portanto, quer eu e quer o doutor Isaltino convivemos, trabalhámos, estivemos com o senhor doutor juiz", reconheceu o autarca, confirmando que o magistrado "fez parte da comissão política do PSD/Oeiras, da qual o doutor Isaltino era presidente da assembleia de militantes".
O recandidato disse ficar triste com as declarações de Isaltino Morais, depois de no passado ter combatido a seu lado "as insinuações" e "os boatos", e que todas as candidaturas devem cumprir o que está na lei.
Em relação a um auto da PSP que registou a recolha de assinaturas da sua candidatura sem que possuísse a identificação dos candidatos, Paulo Vistas explicou que essas assinaturas não foram utilizadas no processo entregue no tribunal.
O presidente da autarquia, depois de durante a tarde de hoje ter acusado Isaltino Morais na rede social Facebook de o ter "difamado", escusou-se a responder se irá atuar judicialmente contra o antigo presidente da câmara.
Paulo Vistas confirmou ainda que a mulher do magistrado "trabalha para uma empresa que presta serviços" aos Serviços Intermunicipalizados de Água e Saneamento (SIMAS) de Amadora e Oeiras, na área laboratorial, mas que nada teve a ver com essa contratação.
O Tribunal de Oeiras rejeitou, na terça-feira, a candidatura de Isaltino Morais pelo movimento Isaltino-Inovar Oeiras de Volta por irregularidades na apresentação das listas de candidatos.
No mesmo dia, Isaltino Morais convocou uma conferência de imprensa para garantir que cumpriu "escrupulosamente a lei" e questionou a imparcialidade do juiz Nuno Cardoso por Paulo Vista ter sido padrinho de casamento do magistrado.
O atual presidente da câmara considera que a "forma mesquinha" manifestada pelo seu antecessor afasta os cidadãos da política.
O Conselho Superior da Magistratura anunciou hoje que vai abrir um inquérito "para cabal apuramento da situação", sobre a alegada relação entre o juiz e o candidato do IOMAF.
Para as eleições de 01 de outubro em Oeiras foram já anunciados como candidatos Paulo Vistas (IOMAF), Miguel Pinto (BE), Heloísa Apolónia (CDU), Safaa Dib (Livre), Pedro Torres (PAN), Pedro Perestrello (PNR), Ângelo Pereira (PSD/CDS-PP) e Joaquim Raposo (PS).
Os independentes Isaltino Morais (Isaltino-Inovar Oeiras de Volta) e Sónia Amado Gonçalves (Renascer Oeiras 2017) também apresentaram candidaturas mas foram chumbadas pelo Tribunal de Oeiras, embora ambos tenham anunciado que vão recorrer da decisão.
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