“Lisboa merece o que temos hoje no país. Se o país reconquistou a esperança e começa a resgatar a dignidade foi porque os portugueses se fartaram de maiorias absolutas e deram mais força à esquerda. Foi da força da esquerda que nasceu uma maioria plural e a situação política que temos hoje no país, e Lisboa não merece menos do que isso”, afirmou o candidato num almoço da distrital de Lisboa do BE, que decorreu no Capitólio, no Parque Mayer.

Num discurso no qual recordou o seu percurso na vida política da cidade – “há 20 anos que me tenho dedicado à cidade, a primeira campanha que fiz foi a das autárquicas de 1997” -, Ricardo Robles, vincou que “é preciso impedir a maioria absoluta do PS” e “dar mais força ao BE, um desafio para virar a política na cidade”.

Atualmente deputado na Assembleia Municipal de Lisboa, Ricardo Robles reafirmou que, “enquanto vereador”, estará “disponível” para se “sentar e discutir soluções à esquerda e assumir responsabilidades no executivo”.

Esse executivo, disse, terá de garantir, “pelo menos, a recuperação da Carris e do Metro, garantir qualidade de serviço público e reduzir tarifas, e substituir a parceria público-privada de Fernando Medina [atual presidente da autarquia e candidato do PS] que entrega 2.500 casas a fundos privados e que tanta falta fazem a Lisboa e, pelo contrário, fazer um programa 100% público de 7.500 casas a custos controlados para quem quer viver em Lisboa”.

Além disso, esse executivo terá de assegurar “as 48 creches que ficaram por abrir, das 60 que o PS prometeu em 2009”, e “garantir que a taxa turística, que é cobrada e gerida pelos donos dos hotéis, passe a ser gerida pelo município”. “É uma taxa que é de todos, deve ser aplicada para todos, em compra de habitação para custos controlados”, disse.

Ricardo Robles reforçou que Lisboa “tem tudo a perder com o poder absoluto e tem tudo a ganhar com compromissos exigentes”.

“Votar no BE a 01 de outubro é impor em Lisboa a mudança que estamos a fazer no país”, defendeu.

O discurso terminou com os presentes a gritar “Lisboa está primeiro, vereador a tempo inteiro”.

Nas eleições de 01 de outubro concorrem em Lisboa Assunção Cristas (CDS-PP/MPT/PPM), João Ferreira (CDU), Ricardo Robles (BE), Teresa Leal Coelho (PSD), o atual presidente, Fernando Medina (PS), Inês Sousa Real (PAN), Joana Amaral Dias (Nós, Cidadãos!), Carlos Teixeira (PDR/JPP), António Arruda (PURP), José Pinto-Coelho (PNR), Amândio Madaleno (PTP) e Luís Júdice (PCTP-MRPP).