"O objetivo é obter o melhor resultado: ganhar a presidência da câmara", diz à agência Lusa o advogado e agricultor José Pinela Fernandes, de 55 anos, cuja candidatura partiu de uma proposta aprovada pela concelhia de Beja do PSD, partido sem representação no executivo municipal desde 2009, quando perdeu o único vereador que tinha.

José Pinela Fernandes nasceu a 01 de outubro de 1961 e viveu na vila de Aljustrel, no distrito de Beja, no Alentejo, até se mudar para a capital para estudar na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

"A advocacia sempre me seduziu e alguns familiares, nomeadamente a minha mãe, sempre me disseram que daria um bom advogado", conta.

Foi presidente do Núcleo de Estudantes Centristas e membro da Assembleia de Representantes da Faculdade de Direito e da Assembleia Geral da Universidade de Lisboa.

Nos tempos de estudante universitário "não fiz propriamente política e, apesar de ter pertencido a vários órgãos na faculdade, não era filiado em nenhum partido, nem pensava em ter funções a nível partidário", frisa.

Após ter concluído a licenciatura em Direito, José Pinela Fernandes regressou ao Alentejo para estagiar em Beja, onde se casou e vive.

Militante do PSD desde 2002, começou a ganhar protagonismo no PSD em 2010, quando se tornou membro do conselho de jurisdição e coordenador da Comissão de Educação, Justiça e Cultura do gabinete de estudos da distrital de Beja.

Foi secretário da mesa da assembleia da concelhia e vogal da comissão permanente da distrital de Beja do PSD entre 2012 e 2014, quando foi eleito presidente da concelhia, cargo que ocupa no segundo mandato.

Já como advogado, entre os afazeres nas barras dos tribunais, desempenhou dois cargos na Ordem dos Advogados, o de tesoureiro da delegação de Beja, entre 2004 e 2006, e o de presidente do Agrupamento de Delegações de Beja, entre 2007 e 2016.

Também foi membro do Conselho Consultivo da Comarca de Beja, entre 2014 e este ano, e faz parte, desde 2015, do conselho de administração da Fundação Joaquim António Franco e seus Pais, de Casével, no concelho de Castro Verde, no distrito de Beja.

É "mais advogado de defesa". Os casos que mais o marcam são os de crimes de homicídio e tráfico de droga e os que mais o "sensibilizam" são os que envolvem menores em processos de regulação do poder paternal, "sobretudo quando há insensibilidade da parte de alguns pais".

Como agricultor, José Pinela Fernandes tem uma propriedade com uma parte em produção florestal e outra dentro de um perímetro de rega do Alqueva. Aqui, a água "chegou há pouco tempo" e quer avaliar que cultura é a mais rentável para produzir.

Benfiquista, casado e com um filho, José Pinela Fernandes gosta de desporto, sobretudo de futebol e ténis, e entre os 16 e os 18 anos jogou futebol federado nas camadas jovens do Sport Clube Mineiro Aljustrelense.

É sócio do Sport Lisboa e Benfica desde 1989, já tem a "águia de prata" por 25 anos de filiação e, desde 2007, é presidente da assembleia geral da Casa de Beja do ‘clube encarnado’.

Nos tempos livres, gosta de jogar ténis, de viajar "quando pode e há desafogo financeiro", ler e ouvir música, sobretudo dos "grandes" artistas e bandas de pop e rock que marcaram os anos 80, como Dire Straits e Michael Jackson.

Entre as "bandeiras" da sua candidatura, José Pinela Fernandes quer "mais incentivos" para atrair investimentos e empresas, desenvolvimento e rentabilização do aeroporto de Beja e a melhoria das acessibilidades.

O candidato defende a conclusão da Autoestrada 26 até Beja, a requalificação do Itinerário Principal 8 e a eletrificação da linha ferroviária entre Casa Branca e Beja.

A Câmara de Beja é presidida pelo ‘histórico’ autarca comunista João Rocha, que foi eleito em 2013, cumpre o primeiro mandato com maioria absoluta e lidera um executivo composto por quatro eleitos pela CDU e três pelo PS.

A CDU lidera oito dos 14 municípios do distrito de Beja (Alvito, Barrancos, Beja, Cuba, Castro Verde, Moura, Serpa e Vidigueira) e o PS seis (Aljustrel, Almodôvar, Ferreira do Alentejo, Mértola, Odemira e Ourique).