De acordo com uma análise feita pelo jornal Público aos relatórios e contas dos últimos 20 anos da Carris e Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, as velocidades médias dos seus autocarros atingiram em 2023 os valores mais baixos dos últimos 15 anos.
Esta média tem vindo a decair em várias décimas e se o serviço da Carris ficou abaixo dos 14 quilómetros por hora, o da STCP ficou-se pelos 15,4 quilómetros por hora, um valor que tem apenas rival em 2005. De acordo com os dados consultados pelo Público, esta alteração pode não parecer substancial, mas ao fim do ano representa um decréscimo significativo do serviço: a Carris calcula que teria percorrido mais 1.246.250 quilómetros em 2023 se a média de velocidade tivesse permanecido nos 14 quilómetros por hora em vez dos 13,54 quilómetros registados.
Uma das principais causas parece ser a quantidade de obras públicas que afeta os percursos do serviço, mas não explica nem de perto o decréscimo da qualidade. Ao Público, o professor de urbanismo na Universidade de Aveiro Frederico Moura e Sá aponta para o congestionamento rodoviário, já que "as infra-estruturas estão saturadas". No entanto, este problema representa uma bola de neve, já que quanto pior o serviço fica, mais difícil se torna "convencer alguém a deixar o carro", mesmo que "por um sistema mais barato e mais seguro".
Outros problemas apontados são a falta de corredores bus e a enchente de veículos TVDE que os ocupam. Por exemplo, a criação de ciclovias em alguns pontos de Lisboa representou o fim de corredores bus em vias estruturais para o serviço, como a Avenida Almirante Reis.
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