“No próximo mês de janeiro, se for essa a vontade dos trabalhadores, poderemos avançar com ações judiciais contra a Autoeuropa, porque, na nossa opinião, as razões que levaram a empresa a contratar estes trabalhadores a prazo continuam válidas”, disse à agência Lusa o coordenador do sindicato, Eduardo Florindo.
“Acresce que alguns destes trabalhadores, aos quais a empresa já comunicou que não lhes iria renovar os contratos, já foram convidados a integrar a empresa de trabalho temporário da Autoeuropa – Volkswagen Group Service”, acrescentou.
O sindicalista falava à agência Lusa no final de uma reunião realizada hoje com cerca de metade dos 55 contratados aos quais a Autoeuropa já comunicou a não renovação, incluindo alguns que só terminam os contratos a termo no próximo mês de janeiro.
Para Eduardo Florindo, a Autoeuropa continua a precisar destes 55 trabalhadores, mas pretende que passem de contratados a termo para trabalhadores temporários, com vencimentos mais baixos e menos regalias, “para reduzir custos salariais”.
“A Autoeuropa precisa destes trabalhadores porque continua a contratar para substituir trabalhadores ausentes e outros que estão com limitações provocadas por doenças profissionais”, sublinhou.
A agência Lusa tentou ouvir a administração da Autoeuropa, mas não foi possível em tempo oportuno.
Segundo dados da empresa, a Autoeuropa tem atualmente um total de 5.400 trabalhadores, incluindo 1.100 novos colaboradores que tinham apenas vínculo temporário, mas que foram integrados nos quadros durante os últimos 12 meses.
A Autoeuropa anunciou no passado mês de novembro uma quebra de produção de 25% face ao ano passado, devido à pandemia de covid-19, e uma produção total de 192 mil veículos até ao final deste ano, o que significa uma redução de 58.000 unidades face ao que estava previsto no início de 2020.
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