“É indiscutível a necessidade de ter no início do novo ano um modelo de trabalho que responda às encomendas dos clientes para a primeira metade de 2018, sob risco de entrarmos em incumprimento com o programa de produção. Todos os colegas envolvidos no processo têm também de ser informados atempadamente”, refere o comunicado da Autoeuropa que surge na sequência da rejeição de dois pré-acordos negociados previamente com os representantes dos trabalhadores.
“Será tomada uma decisão que cumpra com a lei, mantenha o emprego, assegure o crescimento da fábrica e o programa de produção. Em paralelo, a empresa vai manter abertos os canais de comunicação com as partes envolvidas”, reforça o documento.
No comunicado, a administração da Autoeuropa lembra que “desde 2015, em que a laboração contínua foi considerada no acordo laboral, que se tem procurado construir um modelo de trabalho que seja o mais conveniente possível para todas as partes envolvidas”, com “uma compensação adicional à prevista na lei” e a implementação de um terceiro turno com um esquema de rotação a pedido dos colaboradores e a atribuição de “25% de subsídio de turno”.
A administração da fábrica de automóveis de Palmela lembra também que “manteve os postos de trabalho, mesmo com a redução do volume de produção”, que, nesse período, colocou cerca de 400 trabalhadores noutras fábricas do grupo alemão da Volkswagen e que esta semana dará por concluída a quarta fase do processo de recrutamento de dois mil novos trabalhadores.
Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da Autoeuropa escusou-se a fazer qualquer comentário sobre a eventual decisão de implementar novos horários de trabalho, referindo apenas que “continua a avaliar a situação decorrente da rejeição de dois pré-acordos por parte dos trabalhadores”.
O último pré-acordo, negociado entre a Comissão de Trabalhadores e a administração da fábrica de Palmela, que previa a laboração contínua em 17 turnos de trabalho, com rotação semanal, foi rejeitado por 63% dos trabalhadores no referendo realizado no passado dia 29 de novembro.
No passado mês de julho, 74% dos trabalhadores da Autoeuropa também rejeitaram um primeiro pré-acordo sobre os novos horários e fizeram um dia de greve (30 de agosto), a primeira por razões laborais na fábrica de automóveis de Palmela.
A Autoeuropa prevê um volume de produção do novo veículo T-Roc que deverá atingir as 240 mil unidades em 2018.
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