"Esta greve foi importante porque nos permitiu vincar a nossa posição. Penso que a administração acabará por compreender as nossas razões e acabará por apresentar uma proposta mais equilibrada no que respeita ao trabalho aos sábados", disse esta noite à agência Lusa um trabalhador que aderiu à paralisação, que, segundo a empresa, teve uma adesão de 41%, mas que parou toda a produção da fábrica de automóveis de Palmela, no distrito de Setúbal.

Os sindicatos mais representativos na Autoeuropa fizeram hoje um "balanço positivo" da paralisação de quarta-feira, mas, pelo menos para já, não querem entrar na ‘guerra dos números’ sobre a adesão à greve e remetem para a próxima semana uma avaliação mais pormenorizada.

"A Autoeuropa não produziu um único carro", disse à agência Lusa Eduardo Florindo, do Sitesul, Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul, afeto à CGTP, pouco depois de serem conhecidos os números da adesão à greve revelados pela administração da Autoeuropa.

Apesar da greve realizada esta quarta-feira, administração, trabalhadores e sindicatos reafirmaram a convicção de que continua a ser possível um acordo para a implementação dos novos horários de laboração contínua, designadamente no que respeita ao trabalho aos sábados, que esteve na origem da paralisação e que levou à demissão da atual Comissão de Trabalhadores após a rejeição, pelos trabalhadores, do pré-acordo que tinha negociado com a empresa.

De acordo com o novo modelo de horários que deveria ser implementado a partir de novembro, cada trabalhador iria rodar nos turnos da manhã e da tarde durante seis semanas e faria o turno da madrugada durante três semanas consecutivas, com uma folga fixa ao domingo e uma folga rotativa nos outros dias da semana.

A administração da Autoeuropa promete ouvir os sindicatos já no próximo dia 07 e setembro, às 17:00, mas, seguindo a tradição da empresa, tudo indica que vai aguardar pela eleição da nova Comissão de Trabalhadores, prevista para 03 de outubro, para negociar os termos de um novo acordo que mereça a aprovação de todas as partes envolvidas.

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