Salman Abedi, em 2014, então um estudante de 19 anos da Universidade de Manchester que passava férias na Líbia, não terá conseguido regressar ao Reino Unido, a contas da guerra civil que assola o país.

Esta terça-feira, o Daily Mail dá mesmo conta que Abedi foi uma das pessoas resgatadas em agosto daquele ano pelo navio "HMS Enterprise". O seu irmão mais novo, Hashem, que atualmente aguarda julgamento por ter sido considerado cúmplice do atentado na Manchester Arena, também estava no navio que os levou até Malta, de onde viajaram para o Reino Unido.

"[O facto] deste homem ter cometido uma atrocidade destas no território do Reino Unido depois de o termos resgatado da Líbia, faz com que seja um ato de traição ainda maior", afirmou ao jornal uma fonte governamental não identificada.

Abedi, um jovem britânico de origem líbia, em maio de 2017 matou 22 pessoas e feriu mais de 700 ao fazer-se explodir durante um concerto da cantora norte-americana Ariana Grande no estádio de Manchester.

Num comunicado enviado à agência France-Press, o ministério da Defesa explica que o seu resgate  aconteceu "com base na informação disponível no momento".

"Como consequência da enorme violência em Tripoli [capital] e das ofensivas militares de grande escala contra os grupos jihadistas, aconselhámos os cidadãos britânicos que abandonassem a Líbia", recordou o ministério.

No momento da viagem à Líbia, Abedi era vigiado pelos serviços secretos britânicos, mas a investigação caiu por terra devido a um erro de identificação, informa o Daily Mail.

Uma fonte das forças de segurança colocou de parte a ideia de que Salman Abedi terá feito parte de uma milícia Líbia antes do resgate.

"[Abedi] fez as coisas principalmente sozinho. A internet teve um papel importante no seu treino", revelou fonte ao jornal.

A Líbia mergulhou no caos após o levantamento de 2011, que derrubou e matou o ditador Muammar Khadafi, estando devastada por conflitos entre milícias.

Duas autoridades disputam o poder no país: um governo de união nacional reconhecido pela comunidade internacional, sediado em Tripoli, e uma autoridade que exerce o poder no leste da Líbia, com o apoio do marechal Haftar e do ANL.