No domingo, o sinal 10 de tempestade tropical, o máximo de uma escala com 1, 3, 8 e 9, esteve em vigor durante nove horas, o mais longo período registado desde 1968.

As autoridades já tinham cancelado às 23:00 de domingo (16:00 em Lisboa) os alertas de "storm surge" (maré de tempestade).

O balanço provisório regista 17 feridos, um deles em estado grave, em resultado da passagem da pior tempestade do ano, que está a enfraquecer depois de ter atingido terra na China continental.

No ano passado, o tufão Hato, apesar de se caracterizar pela mesma intensidade do Mangkhut, tinha feito dez mortos e 240 feridos em Macau.

Hoje, em conferência de imprensa, o Secretário para a Segurança de Macau defendeu que a este ano foi possível minimizar perdas e prejuízos sobretudo devido à cooperação entre as entidades ligadas à proteção civil e à consciência dos residentes, já que “a maioria dos cidadãos obedeceu às ordens de evacuação”.

Wong Sio Chak disse que “os resultados relativamente satisfatórios (…) resultam do contributo dos diversos serviços do Governo” de Macau e do “aumento de consciência de proteção civil de toda a sociedade”.

O Secretário para a Segurança salientou ainda o facto das operadoras e jogo terem suspendido a sua atividade no momento crítico da passagem do tufão, o que permitiu “garantir a segurança de vida do pessoal” e “evitar a pressão de trabalho das forças policiais”.

O responsável destacou ainda a articulação com os serviços dos postos fronteiriços, de maneira a assegurar a proteção dos cidadãos e turistas, bem como a decisão de suspender as aulas nas escolas e dispensar o serviço dos funcionários públicos enquanto decorriam os trabalhos de limpeza e remoção de detritos como fundamentais.

“Alguns residentes das zonas baixas recusaram a evacuar-se em situação de crise”, lamentou Wong Sio Chak, sublinhando que esse facto não colocou apenas em perigo a própria vida das pessoas, mas igualmente das forças de segurança, provocando ainda demora na resposta na prestação de outros trabalhos de socorro.

Até às 18:00 locais (11:00 em Lisboa), foram registados 573 incidentes em Macau, segundo o Centro de Operações da Proteção Civil (COPC).

Em comunicado, o COPC indicou que a maioria dos casos diz respeito à queda de reclamos, toldos, janelas e outros objetos (255), danos em construção (61), queda de árvores (58), queda de andaimes (24), inundações (26), suspensão/queda de cabos de eletricidade (20), deslizamento de terras (2), incidentes na via pública (6) e incidentes marítimos (2).

Ainda segundo o COPC, foram registados, nas últimas 24 horas, 31 casos de cobrança excessiva de tarifa por parte de taxistas, 11 casos de recusa de transporte e dois casos de exploração ilícita do serviço de táxi.

O dia de hoje ficou marcado pela reabertura das pontes que ligam a península à ilha da Taipa e o reinício das ligações marítimas e aéreas.

Com o afastamento gradual do Mangkhut, por volta das 04:00 (21:00 de domingo em Lisboa), hora em que foi içado o sinal 3, as três pontes que ligam Macau e a Taipa foram reabertas ao trânsito, indicou o COPC.

Pelas 08:00 locais (01:00 em Lisboa), abriram todos os casinos de Macau, encerrados desde as 23:00 de sábado.

Já a primeira ligação marítima para Hong Kong realizou-se às 09:30 (02:30 em Lisboa), também segundo o COPC.

Também os voos de e para Macau foram "retomados gradualmente" durante o dia, de acordo com a página do aeroporto.

Em Macau, em plena madrugada, pelas 03:00 (20:00 em Lisboa), 1.331 pessoas encontravam-se abrigadas em 16 centros de abrigo.

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