Os bombeiros anunciaram hoje ter retirado, do que resta do hotel soterrado pela neve, duas mulheres e um homem por volta das 03:00 (02:00 em Lisboa), e, depois disso, anunciaram ter resgatado mais um homem cerca das 06:00 (05:00 em Lisboa).

Contudo, no decorrer das buscas de hoje, as equipas de salvamento encontraram também duas mulheres e um homem sem vida, o que eleva o número oficial para cinco mortos, já que no primeiro dia de buscas foram encontrados dois outros corpos.

Na sexta-feira, os socorristas conseguiram retirar dos escombros com vida e de boa saúde uma mulher e quatro crianças, todos encaminhados para um hospital.

Um menino de sete anos e a mãe foram salvos ao fim da manhã de sexta-feira da amálgama de neve e escombros do hotel Rigopiano, situado na encosta de uma montanha da região dos Abruzos.

Foram as roupas de inverno e os fatos de ski que permitiram aos sobreviventes resistir sob os escombros e a neve, explicaram à imprensa os médicos do hospital de Pescara, na costa adriática, para onde foram transportados.

As equipas de socorro referiram também o efeito “iglu”, que isolou da neve quem ficou retido no hotel.

Um primeiro grupo de seis sobreviventes foi localizado ao fim da manhã de sexta-feira numa bolsa de ar. Outras quatro pessoas foram em seguida encontradas, durante a tarde, noutro ponto.

Dez dias de nevões históricos em Itália

As buscas prosseguiram durante a noite desafiando condições meteorológicas adversas, mobilizando dezenas de socorristas para encontrar mais sobreviventes.

Segundo as estimativas, estava mais de trinta clientes e trabalhadores dentro do hotel no momento da tragédia.

O avanço das operações de busca, ainda muito lento na sexta-feira, estava a ser difícil devido ao risco de a estrutura desabar e de uma suavização das temperaturas aumentar mais ainda o risco de nova avalanche sobre o hotel.

O risco é elevado em todo o centro de Itália, onde se registam desde há dez dias nevões históricos e que foi atingido na quarta-feira por quatro fortes sismos com magnitude entre 5,2 e 5,7.

Além das vítimas do hotel, os abalos de terra fizeram pelo menos quatro mortos, três dos quais encontrados na sexta-feira.

Cerca de 7.000 pessoas mobilizaram-se para vir ajudar as vítimas do hotel soterrado, bem como as centenas de habitantes de aldeias isoladas e as dezenas de milhares de casas privadas de eletricidade, numa região que já estava com dificuldades em reerguer-se após os devastadores sismos de agosto e outubro.