“A avaliação preliminar dos destroços que foi possível realizar até ao momento indica que a queda da aeronave aconteceu na sequência da colisão com uma antena emissora existente na zona”, revelou, numa nota enviada à Lusa, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF).
“Essa colisão pode ter tido origem em diversas causas possíveis, o que apenas após a reunião de toda a informação necessária e no decurso do aprofundamento do processo de investigação poderá ser devidamente esclarecido”, acrescentou.
Ainda segundo o GPIAAF, as informações recolhidas até ao momento “indicam que a aeronave, com a matrícula I-EITC, ao serviço do INEM, “não estava equipada com dispositivo de registo de dados de voo”, o que não era obrigatório, mas vai provocar “um maior grau de incerteza e de morosidade” na investigação do acidente.
Os trabalhos de investigação no terreno iniciaram-se na manhã de hoje, assim que foi possível aos investigadores aceder ao local, mas a recolha de evidências “é demorada atendendo ao elevado grau de destruição da aeronave”, disse o gabinete que investiga acidentes aéreos, realçando que a recolha ocorre em condições difíceis devido à localização e orografia na zona.
No comunicado, o GPIAAF manifestou “as sentidas condolências aos familiares e amigos das vítimas do acidente” e afirmou estar “a desenvolver todas as atividades necessárias para a investigação de segurança do acidente”.
O GPIAAF prevê emitir, no prazo de 72 horas, uma Nota Informativa de Acidente com Aeronave, dando conta dos factos imediatos confirmados até então, assim como informação sobre o processo da investigação de segurança a realizar.
As investigações do GPIAAF “têm como único objetivo a determinação das causas dos acidentes com vista à melhoria da segurança e prevenção de acidentes futuros, não se ocupando em momento algum do apuramento ou determinação de culpas ou responsabilidades”, salientou.
A queda de um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), ao final da tarde de sábado, no concelho de Valongo, distrito do Porto, causou a morte aos quatro ocupantes.
A bordo do aparelho seguiam dois pilotos e uma equipa médica, composta por médico e enfermeira.
O ministro da Administração Interna determinou à Proteção Civil a abertura de um “inquérito técnico urgente” ao funcionamento dos mecanismos de reporte da ocorrência e de lançamento de alertas relativamente ao acidente com o helicóptero do INEM.
A aeronave em causa é uma Agusta A109S, operada pela empresa Babcock, e regressava à sua base, em Macedo de Cavaleiros, Bragança, após ter realizado uma missão de emergência médica de transporte de uma doente grave para o Hospital de Santo António, no Porto.
Este é o acidente aéreo mais grave ocorrido este ano em Portugal, elevando para seis o número de vítimas mortais em acidentes com aeronaves desde janeiro.
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