Os dois homens estavam a pescar a partir de uma lancha que se virou por volta das 06:00 (21:00 de sexta-feira em Lisboa), nas águas de La Perouse, 14 quilómetros a sudeste de Sydney, disse a polícia.
O primeiro homem foi retirado da água inconsciente e morreu no local. O segundo foi assistido pelos serviços de emergência e encontra-se em estado estável no Hospital St. George.
“Os primeiros indícios são de que poderiam ter estado na água durante 45 minutos”, disse à televisão pública australiana ABC uma oficial da polícia marítima.
Uma baleia aproximou-se ou possivelmente atingiu o pequeno barco, de 4,8 metros” de comprimentos, disse Siobhan Munro, descrevendo o caso como um “acidente trágico”.
“Neste momento há muitas baleias no mar e há muitos exemplos de baleias que se aproximam dos barcos”, acrescentou.
A ministra da Polícia e Antiterrorismo, Yasmin Catley, referiu o episódio como um “alerta claro” para os perigos da navegação.
A diretora interina da Autoridade Australiana de Segurança Marítima destacou a importância de práticas de navegação seguras, que “podem fazer a diferença entre a vida e a morte na água”.
“Os coletes salva-vidas e os transmissores de socorro aumentam significativamente as probabilidades de sobrevivência em incidentes de navegação”, explicou Shontelle Chamtaprieo, que recordou a “época terrível” do ano passado, que resultou em 48 mortes.
Este acidente ocorre menos de duas semanas depois de uma baleia de quatro metros ter sido atingida na cabeça pela hélice de um barco na costa oeste da Austrália.
Em julho, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) de Portugal proibiu as embarcações marítimo-turísticas de se aproximarem ativamente de grupos de orcas.
De acordo com o ICNF, desde 2020 que se têm registado interações entre orcas e embarcações, maioritariamente veleiros, na zona do Estreito de Gibraltar, costa portuguesa e Galiza (Espanha), algo que já levou ao afundamento de pelo menos dois navios.
“Sabe-se que as interações iniciais, conduzidas por um reduzido grupo de orcas juvenis, são atualmente realizadas por um conjunto mais alargado de animais”, explicou o ICNF.
O instituto alerta que, face ao tamanho dos animais adultos (um máximo de oito a nove metros de comprimento e três a cinco toneladas de peso), a interação mais intensa das orcas com semirrígidos ou outro tipo de embarcações de menores dimensões, como os utilizadas para a observação de cetáceos, podem ter consequências mais graves.
O instituto determina que nos casos em que as orcas se tentem aproximar, as embarcações devem afastar-se e que sempre que os animais cheguem perto dos barcos sem que a tripulação se aperceba, a embarcação seja parada, deixando, contudo o motor em funcionamento.
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