Numa nota divulgada na página da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa apresenta as suas condolências à família de Baptista-Bastos, que morreu hoje, em Lisboa, aos 83 anos.

"Não havia outro nome tão facilmente identificável com a história da imprensa portuguesa, com O Século, o República, o Diário Popular, o Diário de Notícias, entre muito outros jornais e revistas", lê-se na mensagem do chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa descreve as crónicas de Baptista-Bastos como "buriladas, vernáculas, veementes" e recorda as suas "entrevistas conversadas que também fizeram escola na televisão", as reportagens e a crítica de cinema.

"Deixou igualmente uma significativa produção romanesca, politicamente alinhada com o neorrealismo, mas mais depurada, e que tão depressa se ocupava da boémia lisboeta como de um lirismo magoado e das vicissitudes da História", refere.

O Presidente da República lembra ainda Baptista-Bastos como "convicto oposicionista", que continuou "do contra" em democracia, "comprometido mas livre".

"Era, além do mais, uma personagem viva do imaginário português, como poucos jornalistas conseguiram ser, um português antigo, às vezes zangado, mas fraterno e comovido", acrescenta.