Numa nota enviada à comunicação social, o bastonário Miguel Guimarães recorda que não pode interferir na atividade do Conselho Disciplinar, que tem autonomia estatutária, mas ainda assim pediu “um esclarecimento cabal” ao presidente daquele organismo “dada a gravidade dos factos relatados”.
Miguel Guimarães apelou também ao Conselho Disciplinar do Sul para uma “ação rápida, eficaz e justa nos casos analisados (…) que dignifique a profissão médica e proteja os doentes”.
A Ordem dos Médicos tinha revelado hoje de manhã à Lusa que o obstetra envolvido neste caso tem quatro processos em instrução no Conselho Disciplinar do Sul da Ordem.
O bastonário deixou ainda uma palavra de solidariedade à família do bebé pelo “momento muito difícil” que está a atravessar.
O Ministério Público abriu um inquérito ao caso do bebé que nasceu em Setúbal com malformações graves que não terão sido detetadas durante a gravidez, confirmou hoje fonte oficial à agência Lusa.
“Confirma-se a receção, muito recentemente, de uma queixa apresentada pela mãe. A mesma deu origem a um inquérito que corre os seus termos no Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Setúbal”, referiu fonte oficial da Procuradoria-geral da República à Lusa.
O jornal Correio da Manhã noticiou hoje que no dia 07 de outubro nasceu no Hospital de São Bernardo um bebé sem olhos, nariz e parte do crânio, depois de a mãe ter realizado ecografias com um obstetra que seguia a mãe numa clínica privada em Setúbal.
De acordo com o Correio da Manhã, os pais do bebé fizeram três ecografias com o médico em causa, sem que lhes tivesse sido reportada qualquer malformação.
Só num exame feito noutra clínica, uma ecografia 5D, os pais foram avisados para a possibilidade de haver malformações. Questionaram o médico que os seguia, que lhes garantiu que estava tudo bem, conta o jornal, citando a madrinha do bebé.
O bebé, chamado Rodrigo, completa hoje 10 dias, apesar de o prognóstico inicial lhe dar apenas algumas horas de vida.
As complicações só foram detetadas depois do parto e os pais apresentaram queixa ao Ministério Publico contra o médico. Entretanto, o Correio da Manhã relata que o Hospital de São Bernardo abriu um inquérito para averiguar este caso.
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