No encerramento da IV Conferência Nacional do BE, que discutiu hoje, ao longo de todo o dia e à porta fechada, o rumo estratégico do partido depois do desaire eleitoral das últimas legislativas, Catarina Martins afirmou que os bloquistas estão agora na oposição e que “não poderia ser de outra forma”.
Na análise da líder do BE, “se os riscos de uma maioria absoluta do Partido Socialista já eram grandes à saída das eleições, a incerteza internacional só vem agravar esses riscos”, acusando o partido de António Costa de ter fechado “em definitivo o breve parêntesis aberto com a geringonça” e de ter abandonado “até os poucos e modestos objetivos de política social” desse período.
De acordo com Catarina Martins, a oposição que o BE assume agora “não é meramente declarativa”, mas sim de “construção”, assegurando que os bloquistas vão ser a “alternativa vermelha e verde, a do trabalho e do clima, a que se levanta contra todas as opressões”, uma luta com a qual pretendem resgatar, “desde logo, a democracia contra todas as ameaças, incluindo a da extrema-direita”.
“Já repararam certamente que, no parlamento, António Costa costuma dar respostas certeiras a André Ventura. O problema é que, fora do parlamento, na vida de todos os dias, o PS de sempre, o PS que fechou o breve parêntesis da geringonça, o PS de António Costa alimenta o ressentimento social que a extrema-direita explora”, acusou.
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