"Eu julgo até que se devia decidir que Lisboa não era a melhor opção e depois olhar para as outras cidades do país que estão em condições do fazer, seguindo exemplos de outros países que não concentraram as agências europeias nas capitais, pelo contrário, diversificaram e com isso incentivaram a uma melhor distribuição no território do investimento, conhecimento, emprego, etc", afirmou Catarina Martins, em Guimarães, à margem de uma visita a um bairro social.
Segundo a coordenadora bloquista a escolha de candidatar a capital do país para acolher a EMA demonstra "centralismo", apontando ainda o dedo ao argumento apresentado por António Costa.
"Acho que é perigoso dizer que uma agência deve ficar num sítio porque esse sítio já tem duas ou três coisas e vai ter mais quatro ou cinco. Isso significa que, em última análise, tudo ficará concentrado sempre nos mesmos sítios, é o centralismo, Portugal já um país centralista demais", referiu Catarina Martins.
Numa carta dirigida ao presidente da Câmara do Porto na quinta-feira, e hoje divulgada, o primeiro-ministro aponta a "conveniência da proximidade do Infarmed" como justificação para candidatar Lisboa, e não o Porto, a acolher a sede da EMA, que deve abandonar Londres com a saída do Reino Unido da União Europeia.
O presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, revelou na reunião camarária de 16 de maio ter escrito ao primeiro-ministro a "mostrar o interesse" em acolher a sede da EMA.
Na sessão do executivo de hoje, Rui Moreira adiantou ter recebido a resposta na segunda-feira.
Na missiva, o primeiro-ministro revela que o Governo estudou "a possibilidade de candidatar as cidades de Lisboa e Porto" à EMA, tendo duas razões conduzido "à opção por Lisboa".
Costa cita na carta "a conveniência da proximidade do Infarmed, agência nacional do medicamento" e o facto de "ser fator de preferência a existência de Escola Europeia, que só Lisboa poderá vir a ter, beneficiando da sinergia da preexistência de outras agências europeias".
De acordo com António Costa, estas outras agências instaladas em Lisboa permitiriam "alcançar o número mínimo de funcionários das instituições europeias necessárias para a instalação da Escola".
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