“O Bloco de Esquerda está a dizer às pessoas que, logo que se reiniciem os trabalhos, vamos apresentar uma proposta no parlamento [da região] para baixar as taxas de IVA na Madeira”, disse o candidato no âmbito de uma ação da campanha para as eleições antecipadas de domingo no arquipélago, junto à Sé do Funchal.

Para Roberto Almada, é impossível que a Madeira tenha “das mais altas taxas de IVA do país” quando é afetada pela insularidade e, no caso da ilha do Porto Santo, pela dupla insularidade.

O deputado adiantou que a candidatura vai apostar, nesta última semana da campanha, no contacto direto com as pessoas, apontando que uma das preocupações transmitidas prende-se com o “aumento do custo de vida”, que “tem a ver também com os bens de primeira necessidade que as pessoas compram quando vão ao supermercado, a eletricidade que pagam”.

O bloquista referiu ainda o facto de a Madeira ter “muitos milhares de pobres” e de ser “a região que tem maior risco de pobreza” no país.

“E, portanto, a diminuição dos impostos, nomeadamente do IVA sobre os bens de primeira necessidade é muito importante. Sobre a eletricidade é impossível que continuemos a pagar eletricidade com 22% de IVA. A eletricidade é um bem de primeira necessidade, tem que ser a 5%, tem que ser na taxa mínima de IVA”, defendeu.

Roberto Almada salientou que o Governo Regional (PSD/CDS-PP) “nunca quis baixar o IVA”, beneficiando os mais pobres, uma política que, no seu entender, “é uma marca deste governo de Miguel Albuquerque”.

“Miguel Albuquerque sempre governou para os ricos, nunca governou para aqueles que são os mais pobres”, complementou.

A candidatura do BE apelou ainda ao reforço na votação deste partido.

O BE elegeu em 2015 dois deputados, mas o partido perdeu a presença parlamentar em 2019 e recuperou um lugar em setembro de 2023, marcando o regresso de Roberto Almada, o antigo coordenador desta força política herdeira da UDP.

“É preciso levar o voto à urna, é preciso levar a indignação ao voto, é preciso levar mais deputados do Bloco de Esquerda ao parlamento para termos mais força para forçarmos uma alternativa política diferente da atual e para forçarmos determinadas propostas como esta da baixa dos impostos, da baixa do IVA que vai beneficiar muitas famílias seja efetivamente aprovada”, argumentou o candidato.

Segundo Roberto Almada, é preciso que as pessoas “percebam a necessidade de votar no Bloco de Esquerda, que continuará a ser no parlamento aquela esquerda que não deserta, aquela esquerda que não foge, aquela esquerda que não cala, nem consente”.

Catorze candidaturas disputam os 47 lugares no parlamento regional: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando Albuquerque foi constituído arguido num processo de alegada corrupção.

Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.