Numa pergunta entregue na Assembleia na República e divulgada hoje, o BE, através do deputado Pedro Filipe Soares, questionou o Governo sobre os prejuízos causados na agricultura pelo mau tempo que assolou a região transmontana esta semana.

Desde domingo, verificam-se situações de queda de granizo e de chuva intensa que atingiram olivais, vinhas, pomares de macieiras e hortas de subsistência da população em localidades dos concelhos de Alijó e Murça, distrito de Vila Real, e de Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança.

Na terça-feira, em Murça, a intensidade da chuva e a consequente subida do caudal de um ribeiro derrubou uma ponte rodoviária perto da aldeia da Ribeirinha, mas houve também estradas e caminhos afetados e, já na zona de Porrais, foi o granizo que atingiu vinha.

Em Carlão, no concelho de Alijó, o granizo na terça-feira e a chuva intensa na quarta-feira atingiram vinhas e olivais e ainda provocaram inundações, bem como causaram estragos em cerca de uma centena de quilómetros de caminhos agrícolas essenciais para os agricultores se deslocarem para os seus terrenos.

“O Bloco de Esquerda considera essencial que o Governo faça o levantamento dos prejuízos e tome medidas para apoiar estes produtores e que possam, com a maior brevidade possível, serem compensados pelas perdas avultadas e assim voltar à sua atividade”, salientou o partido.

Nesse sentido, o deputado Pedro Filipe Soares quer saber se o Ministério da Agricultura tem conhecimento desta situação, se já fez ou pensa fazer um levantamento dos prejuízos provocados pelo mau tempo na região de Trás-os-Montes e Alto Douro e, por fim, quando o Governo tomará medidas para compensar as perdas destes agricultores.

Na quarta-feira, em resposta a um pedido de informações da agência Lusa, o Ministério da Agricultura disse que estava ser feito o "apuramento concreto" dos prejuízos causados pelo mau tempo em Trás-os-Montes, referindo que “o mais brevemente possível será emitido um relatório final das ocorrências”.

Em consequência do mau tempo, agricultores e autarcas pediram apoio ao Governo.

Em resposta, o ministério disse, na quarta-feira, que ainda decorria o "levantamento de informação que permita concluir se os produtores afetados são detentores de seguros de colheitas ou não”.

“Em função destes elementos e do relatório final das ocorrências, o Ministério da Agricultura e Alimentação analisará quais as medidas a tomar em conformidade dentro das respostas previstas para este tipo de ocorrência”, salientou.