Sob o lema “Justiça na resposta à crise”, o partido liderado por Catarina Martins reúne-se desde hoje e até domingo no Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos, distrito do Porto, uma reunião magna que já tinha sido adiada devido à covid-19 e que agora decorre em diferentes moldes e com várias restrições sanitárias, desde logo a redução para 343 delegados, estando prevista a sua transmissão online.
Em debate estarão cinco moções de orientação política, tendo a eleição de delegados acontecido no passado fim de semana, com a moção A (da atual liderança) a conseguir 233, a moção E (promovida pelos críticos do movimento Convergência) 66, a moção Q nove delegados, a moção C oito lugares, enquanto a moção N ficou com cinco delegados.
As diferentes plataformas locais elegeram, no seu conjunto, os restantes 22 delegados.
Com início dos trabalhos marcado para as 10:30, cerca de uma hora depois está prevista a intervenção de abertura da reunião por parte da coordenadora do BE.
Depois, além das diversas intervenções que habitualmente marcam as convenções, serão discutidas as alterações aos estatutos e, para a parte da tarde, está prevista ainda a apresentação de cada uma das cinco moções de orientação política.
Hoje abrem igualmente as urnas para a eleição dos órgãos nacionais do BE, a Mesa Nacional e Comissão de Direitos.
O próximo Orçamento do Estado, a relação com o PS, as eleições autárquicas e a oposição interna à liderança de Catarina Martins deverão ser os pontos fortes da discussão dos bloquistas.
Em relação ao Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), o BE tem-se mostrado disponível para negociar e Catarina Martins já deixou alertas, em entrevista à agência Lusa, sobre este documento.
A coordenadora bloquista avisa que “sem um programa para o emprego não haverá um orçamento de esquerda”, colocando o tema no centro das negociações e remetendo para o Governo a criação de condições para a viabilização do OE2022.
Na mesma entrevista, a líder recandidata vê com normalidade as oposições internas no partido, não teme que esta reunião magna seja mais difícil do que as outras e considera que preocupante seriam unanimismos.
Também em entrevista à Lusa, a moção E, crítica da atual liderança bloquista, apresenta-se contra uma política do BE que, consideram, “está cansada”, e com o objetivo de acabar com uma “excessiva proximidade ao PS”, antecipando que a direção vai “deixar de ser monolítica” ao mudar a correlação de forças.
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