"Esta decisão, que muito nos confrange, foi tomada após intensa e minuciosa deliberação, por via de reiteradas posições públicas tidas pelo visado que, enquanto militante, e principalmente na condição de deputado municipal, ofenderam as linhas orientadoras do movimento, assim como demonstraram uma clara contrariedade ideológica entre o deputado e o partido", explicou o BE, em comunicado.
Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da distrital de Bragança do BE, Jóni Ledo, adiantou que o papel de deputado municipal vai além do próprio órgão municipal para o qual, se é eleito.
"O BE não pode coadunar-se com questões orientadoras que vão para além da sua própria política. Dou como exemplo as redes sociais, que têm um forte impacto naquilo que passamos para o público, e certas tomadas de posição que roçam o racismo ou a homofobia, não se coadunam nos princípios do BE, e daí a retirada de confiança política ao deputado municipal, em causa ", vincou Jóni Ledo.
O BE de Bragança adiantou que o que motivou a retirada de confiança a António Cândido Anes "foram as suas próprias atitudes" perante a política seguida pelo BE em diversas matérias.
Contactado pela Lusa, o deputado municipal disse que, até ao momento, ainda não recebeu, por parte dos órgãos distritais ou nacionais do BE, qualquer fundamentação escrita, com o objetivo de uma possível defesa.
"Se as decisões são tomadas conforme a vontade de alguns, quando há vozes discordantes e se tenta silenciar, desta forma, por quem pode ou manda, penso não ser o melhor caminho", vincou o deputado municipal.
Antonino Cândido Anes afirmou que vai solicitar ao presidente da mesa da Assembleia Municipal de Bragança "o estatuto de não inscrito".
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