“Portugal tem estado sempre atento à situação no Líbano, tem apoiado os esforços do secretário-geral das Nações Unidas, porque entende que é fundamental para a paz na região e global”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Zoo de Lagos, Algarve, após instado a pronunciar-se sobre a situação no Líbano, cuja capital sofreu na terça-feira, violentas explosões que provocaram mortos e feridos.

Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que foi informado ao começo da tarde pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que lhe disse que não havia “nenhum caso de gravidade com um português”, havendo o relato de “um ferido ligeiro”.

O chefe de Estado defendeu que é importante que não haja, no Líbano e naquela região, "uma perturbação, mesmo que não seja possível desde já saber qual a perturbação ou as causas respetivas”.

“A pacificação naquela região é muito importante e Portugal há muito que defende uma atenção especial relativamente ao mediterrâneo e ao próximo e médio oriente, porque são áreas vizinhas da Europa e portanto particularmente sensíveis para Portugal”, sublinhou.

Duas fortes explosões sucessivas sacudiram Beirute na terça-feira, causando mais de uma centena de mortos e mais de 4.000 feridos, segundo o último balanço feito pela Cruz Vermelha.

Já de manhã, Marcelo Rebelo se Sousa enviou uma mensagem de condolências ao seu homólogo libanês, Michel Aoun, em virtude das explosões verificadas, expressando “condolências aos familiares das vítimas mortais e desejos de rápidas melhoras a todos os feridos, bem como a sua solidariedade a todo o povo libanês”.

Entretanto a secretária de Estado da Saúde Jamila Madeira, adiantou que o mecanismo europeu de proteção civil deverá informar Portugal “no máximo nas próximas 24 horas quem e quantos serão os operacionais da saúde e das outras áreas de intervenção que irão para o Líbano”.

Após uma solicitação do Estado libanês, o mecanismo europeu de proteção civil foi acionado, aguardando-se agora que, nas próximas horas, seja definido o número de operacionais, e de que áreas, necessários para ajudar em Beirute.

O Governo português expressou hoje solidariedade com o Líbano e o seu povo, na sequência das explosões em Beirute que causaram mais de 100 mortos e milhares de feridos e vai participar no plano de apoio da União Europeia.

Cerca de 300 mil pessoas terão ficado sem casa, segundo referiu o governador da capital do Líbano, Marwan Abboud.

As violentas explosões deverão ter tido origem em materiais explosivos confiscados e armazenados há vários anos no porto da capital libanesa, tendo o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, revelado que cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio estavam armazenadas no depósito do porto.