Netanyahu, de 69 anos e 13 como chefe de Governo, espera alcançar nas eleições de 9 de abril um quinto mandato como primeiro-ministro, o que permitiria bater em meados de julho o recorde de longevidade no poder de David Ben Gurion.

As sondagens preveem uma disputa acesa contra o general Benny Gantz, ex-chefe de Estado Maior, líder de uma lista de centro-direita, que acusa Netanyahu de "vício pelos prazeres do poder".

Além disso, os eleitores sabem que Netanyahu, ganhando ou perdendo, será provavelmente acusado de corrupção.

Neto de rabino, filho de um historiador ultrassionista, Netanyahu nasceu em 21 de outubro de 1949 em Tel Aviv.Passou parte de sua infância nos Estados Unidos e estudou no Massachusetts Institute of Technology (MIT).

No regresso a Israel, serviu cinco anos numa unidade das forças especiais, tendo sido ferido em 1972 numa operação de resgate de reféns a um avião desviado por palestinianos. Um marco na sua vida, acentuado pelo facto de o seu irmão Yoni ter morrido noutra operação para resgatar reféns de outro voo no aeroporto de Entebbe, no Uganda.

No início dos anos oitenta, lançou-se na carreira política apadrinhado por Moshe Arens do partido Likud (direita), que o nomeou para a embaixada de Israel nos Estados Unidos e, em seguida, embaixador na ONU. Em 1988 foi eleito deputado pela primeira vez e em 1996 se tornou primeiro-ministro.

Foi o mais jovem primeiro-ministro a assumir o lugar em Israel, de 1996 a 1999. Em 2009 voltou a ocupar as mesmas funções, após ter ocupado vários postos ministeriais nos governos de Ariel Sharon.

"Quando Bibi perder, haverá momentos em que Israel vai se arrepender de não ter um líder de estatura internacional, reconhecido mundialmente, que - gostando ou não - todos prestam atenção quando toma a palavra", escreveu recentemente o jornal Haaretz, que não é sequer partidário de Netanyahu.

Nos últimos anos, Netanyahu designou o Irão como o novo "Amalek", inimigo mortal, de Israel, o que lhe permitiu desenvolver novas relações com os países árabes, em particular com a Arábia Saudita, arqui-rival do Irão.

Também é dele a aposta em lançar Israel como potência tecnológica mundial.

A chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos deu novo impulso às ambições de Netanyahu, que nesta campanha exibe como triunfos pessoais a transferência da embaixada americana para Jerusalém e o reconhecimento da anexação dos montes  Golã.

Os adversários acusam-no de ser um autocrata, ávido por poder, de nunca ter querido a paz com os palestinianos e do seu discurso anti-árabe ser prejudicial à democracia em Israel.

A 9 de abril, Israel deverá  escolher entre um homem que "fala inglês com um sotaque de Boston, maquilhado, que veste fatos caros", líder de um sistema "viciado nos prazeres do poder, da corrupção e do hedonismo" ou um governo "autêntico, com capacidade de escuta", advertiu Benny Gantz, o seu principal adversário.

"Só os fortes sobrevivem", responde Netanyahu. "Quero que um dia lembrem de mim como o protetor de Israel". Adorado ou odiado, "Bibi", como é chamado, demonstrou ao longo de sua carreira política uma capacidade invulgar de enfrentar situações adversas.

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