O magnata dos media, de 86 anos, que tem entrado e saído de unidades hospitalares nos últimos anos, está atualmente numa unidade de cirurgia cardíaca do Hospital San Raffaele, em Milão, disse a mesma fonte.

Refira-se que ainda na semana passada, Berlusconi deu entrada no mesmo hospital para realizar "exames de rotina". Localizado nos arredores da capital lombarda, o San Raffaele é um dos centros de saúde mais prestigiados da península.

Segundo revela alguma imprensa italiana, Berlusconi deu entrada nos cuidados intensivos, onde chegou com dificuldades respiratórias. A situação do ex-primeiro-ministro é considerada estável.

A agência de notícias Ansa indicou que ele foi internado pela manhã, e seu quadro atual é "estável". O ex-governante "passará a noite" no hospital, confirmou uma fonte médica que pediu para não se identificada.

Berlusconi "está em terapia intensiva devido a uma infeção que não foi resolvida. Mas ele fala", relatou o chanceler Antonio Tajani, um dos principais líderes do Forza Italia, partido político do ex-primeiro-ministro, que faz parte da coligação que apoia o governo de Giorgia Meloni.

"Força, Silvio", escreveu a atual primeira-ministra Giorgia Meloni no Twitter, transmitindo os seus "desejos sinceros e afetuosos de uma rápida recuperação".

"Estou de volta ao trabalho (...), disposto e determinado a comprometer-me, como sempre fiz, com o país que amo", escreveu Berlusconi nas suas redes sociais, após deixar o hospital na última sexta-feira. No domingo, o ex-governante também publicou uma fotografia sua em frente a um canteiro de tulipas na sua luxuosa residência villa d'Arcore, na Lombardia.

Berlusconi já tinha sido internado no hospital San Raffaele em janeiro de 2022, por uma infeção urinária, tendo também sido hospitalizado em abril de 2021 por mais de três semanas devido a "sequelas da covid-19", contraída em setembro de 2020.

O milionário passou por uma importante cirurgia de coração aberto em 2016 e por outra operação, na primavera de 2019, de obstrução intestinal.

"Coragem, Silvio, a Itália espera por ti", escreveu nesta quarta-feira o seu aliado político, Matteo Salvini, chefe da Liga contra os Migrantes, junto a uma foto em que ambos aparecem juntos.

O ex-"Cavaliere" permanece como uma figura central da política italiana, mesmo que o seu partido tenha hoje menos de 10% das intenções de votos nas sondagens. De resto, Berlusconi voltou a ser senador após as últimas eleições.

As declarações pró-Rússia deste magnata dos meios de comunicação e amigo de Vladimir Putin colocaram Giorgia Meloni e o seu governo em uma situação delicada.

Desde 1994 na política, foi primeiro-ministro por nove anos e dominou a política nacional durante duas décadas, apesar dos escândalos sexuais e processos judiciais que mancharam a sua imagem. Todavia, para milhões de italianos, o período de governo de Berlusconi representa uma idade de ouro da economia italiana.

A sociedade financeira da família Berlusconi, a Fininvest, inclui canais de televisão (Mediaset), jornais e edições da Mondadori. Apaixonado por futebol, ele também presidiu o AC Milan por 31 anos antes de vender o clube em 2017 a um grupo de investidores chineses.

A sua primeira condenação deu-se em agosto de 2013. A sua sentença de prisão de quatro anos por fraude fiscal — três deles suprimidos por uma amnistia — foi confirmada pelo Tribunal da Relação. Cumpriu a sentença no ano seguinte, na forma de serviço comunitário, o que custou o seu título de "Cavaliere".

Pai de cinco filhos de dois casamentos e avô de vários netos, encontrou em 2020 uma nova parceira: Marta Fascina, 53 anos mais jovem que ele, ex-modelo e deputada do Forza Italia.