"Já comentei sobre isso muitas vezes. É totalmente irresponsável", afirmou Joe Biden aos jornalistas na base aérea de Andrews, nos arredores de Washington, antes de viajar para Filadélfia.
O Presidente dos Estados Unidos descartou ainda acelerar o processo de adesão da Ucrânia à NATO porque, disse, o país europeu deve cumprir os mesmos padrões de qualquer país que queira ingressar na Aliança Atlântica.
De qualquer forma, salientou que os Estados Unidos estão a facilitar a existência de uma boa "coordenação militar" entre o exército ucraniano e a NATO perante a guerra decorrente da invasão russa.
Embora os países ocidentais apoiem abertamente a entrada da Ucrânia no futuro à NATO, a sua adesão imediata levanta suspeitas porque a guerra converter-se-ia, de facto, num conflito direto entre a Rússia e a Aliança.
O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na sexta-feira que as primeiras armas nucleares táticas já chegaram à Bielorrússia, país que faz fronteira com a Ucrânia.
Entretanto, também na sexta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, classificou a entrega de armas nucleares táticas russas à Bielorrússia como uma "provocação", mas pediu cautela e descartou uma resposta nuclear de Washington.
"Continuaremos a monitorizar a situação de perto e com cautela. Não temos motivos para reajustar a nossa política nuclear. Não há indícios de que a Rússia esteja a preparar-se para usar as armas", disse o chefe da diplomacia norte-americana.
Blinken defendeu que a transferência deste tipo de armas para a Bielorrússia é mais uma "provocação" por parte do Kremlin e uma "decisão irresponsável" do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.
O secretário de Estado norte-americano disse que é irónico que o líder russo, Vladimir Putin, esteja a colocar armas nucleares táticas na Bielorrússia, quando um dos pretextos que usou para a invasão na Ucrânia foi justamente impedir que Kiev ficasse dotada de armas atómicas.
A transferência de armas nucleares táticas russas para o país vizinho foi anunciada em março por Putin e pelo homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko.
Os ministros da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, e da Bielorrússia, Viktor Khrenin, assinaram no final de maio, em Minsk, os documentos que regulam o armazenamento de armas nucleares não estratégicas no território da ex-República soviética.
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