O compromisso resultou da segunda visita do político alemão à Casa Branca, onde tinha estado previamente em 07 de fevereiro de 2022, a pouco mais de duas semanas da invasão russa da Ucrânia e com Biden e Scholz a fazerem então breves declarações à imprensa.

Os países ocidentais prometeram então “responder” e “mantivemos a nossa palavra”, disse hoje Biden, agradecendo a Olaf Scholz sentado ao seu lado.

“Vocês intensificaram” o apoio a Kiev, disse ele, já que a Alemanha concordou recentemente, após longa hesitação, em entregar tanques à Ucrânia.

Olaf Scholz considerou “muito importante” enviar uma “mensagem” sobre a Ucrânia, nomeadamente que vão “continuar (a apoiá-la) enquanto for necessário”.

O Kremlin já havia criticado esta reunião.

“Os Estados Unidos continuam a sua política de aumentar as entregas de armas para a Ucrânia e persuadir os seus protegidos a fazerem o mesmo”, disse hoje o porta-voz do Kremlin, num comentário ao encontro na Casa Branca.

Coincidindo com a visita de Scholz, os Estados Unidos aprovaram hoje um novo pacote de 400 milhões de dólares (376 milhões de euros) de ajuda militar à Ucrânia.

O novo pacote, o 33.º que os EUA enviam a Kiev, inclui munições para o sistema de mísseis de longo alcance HIMARS e para os tanques Bradley, entre outro tipo de armamento, anunciou em comunicado o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

A reunião de hoje entre Biden e Scholz acontece após vários episódios de tensão, designadamente a oposição frontal de Joe Biden, depois da sua eleição, ao projeto do gasoduto Nord Stream 2, realizado com Moscovo, e os maciços subsídios às indústrias ‘verdes’ americanas previstos no seu plano “Lei de Redução da Inflação”.

Mas a tensão aumentou especialmente recentemente em torno da questão do envio de tanques para a Ucrânia.

A Alemanha finalmente concordou em 26 de janeiro em enviar um número significativo dos seus tanques Leopard, um ponto de viragem no apoio militar ocidental.

Na agenda do encontro de hoje estavam também “os desafios colocados pela China”, como disse na quinta-feira o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, numa altura em que Washington acusa Pequim de considerar entregas de armas a Moscovo.

A Casa Branca observou com indisfarçável satisfação que o chanceler alemão, cujo país tem uma estreita relação económica com a China, alertou publicamente Pequim contra o apoio militar letal à Rússia.

“Os nossos pontos de vista e os da Alemanha são concordantes”, disse um alto funcionário da Casa Branca na quinta-feira durante um encontro com a imprensa.

A China é um ponto de “atrito”, comentou também Robin Quinville, do centro de pesquisas Wilson Center, em Washington.

“As autoridades económicas alemãs (e muitos políticos) criticam o que acreditam ser tentativas americanas” de enfraquecer as relações bilaterais dos seus aliados com a China, destaca o especialista.

“Um ano atrás, a ousada reviravolta de Scholz na política de defesa alemã rendeu-lhe elogios de Washington. Este ano, Washington vai instar Scholz a continuar a escolher a ousadia em vez de cautela”, resumiu o especialista.