A maioria das sondagens dão uma vantagem de cerca de 10 pontos a Biden, mas várias pesquisas de inscrições de voto em Estados considerados essenciais para uma vitória final mostram que os republicanos podem disputar ainda o resultado até ao último voto.

Na Pensilvânia, Michigan e Wisconsin as sondagens mostram que Biden continua a aumentar a distância que o separa de Trump, chegando aos dois dígitos de vantagem.

Contudo, os republicanos salientam que nestes mesmos Estados, assim como na Florida e Arizona (considerados muito importantes para o desfecho da noite eleitoral), a inscrição de eleitores no lado dos republicanos tem vindo a crescer, mantendo a chama da esperança acesa, na reta final da campanha.

Em termos nacionais, os democratas invocam sondagens como as da organização RealClearPolitics, que dizem que Biden poderá assegurar 216 delegados do colégio eleitoral, enquanto Trump se ficaria pelos 125.

Também a plataforma Fivethirtyeight.com, que faz uma média de sondagens, mostrava hoje que 53,6% dos potenciais eleitores desaprovam a gestão governamental de Trump, contra apenas 43,7% dos que aprovam, deixando o Presidente numa situação difícil para as suas as aspirações a uma reeleição.

Mas os republicanos preferem citar outros números, como os 146.644 eleitores que conseguiram inscrever nas últimas semanas para as eleições na Florida, um dos Estados que Trump precisa de vencer para garantir uma recondução.

Também no Arizona, onde os democratas têm constantemente reduzido a vantagem do Partido Republicano entre os eleitores registados, devido ao número crescente de eleitores jovens latinos, os republicanos adicionaram 30.000 eleitores a mais do que os democratas desde meados de agosto.

Para alguns analistas, as previsões de um resultado final são muito arriscadas, sobretudo tendo em conta o clima de novo pico de pandemia, que torna ainda mais difícil antecipar quais os eleitores que não terão receio de passar longas horas em filas de espera para votar, nem sempre com possibilidade de assegurar as regras de distanciamento social.

As votações antecipadas já cativaram cerca de 28 milhões de eleitores e os democratas parecem levar vantagem em termos de pedidos de boletins de voto para esta forma de evitar a presença nas urnas no próximo dia 03 de novembro, mas também isto não é uma garantia de que a vantagem sobre Trump seja segura.

Neste clima de incerteza, Trump tem subido o tom das críticas a Joe Biden, atacando-o pessoalmente e à sua família.

Nos últimos dias, Trump tem usado a sua conta pessoal da rede social Twitter e tem dado várias entrevistas em que volta a lançar suspeitas sobre o envolvimento de Biden, quando este era vice-Presidente (2009-2016), com uma empresa ucraniana que empregou o seu filho Hunter e que foi envolvida em casos de suspeitas de corrupção.

Trump também continua a queixar-se do tratamento feito pelos ‘media’ norte-americanos, acusando a estação NBC, que vai transmitir o segundo debate presidencial, na quinta-feira à noite (madrugada de sexta-feira em Portugal), de ter escolhido uma moderadora, Kirsten Welker, a quem não reconhece imparcialidade.

“Estou a lutar contra o Partido Democrata e contra os ‘media’ de ‘fake news'”, disse Trump, hoje, numa entrevista à estação Fox News, uma das poucas a quem o Presidente reconhece idoneidade.

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