A Rússia designou a sua ofensiva de “operação militar especial” e proibiu, designadamente aos ‘media’, a utilização dos termos “guerra” ou “invasão”, que podem implicar pesadas penas de prisão.

O Presidente Alexandre Lukashenko, cujo país acolheu em finais de 2014 e início de 2015 as conversações de paz que resultaram nos Acordos de Minsk I e Minsk II, ultrapassados pelo atual conflito, e permitiu o estacionamento de tropas russas no seu território nos meses prévios à invasão militar de 24 de fevereiro, considerou ter direito a associar-se ao processo negocial.

“Consideramos esta situação como uma guerra e que decorre à porta do nosso país. Terá sérias consequências na situação na Bielorrússia. É por isso que não deverá existir um acordo nas costas da Bielorrússia”, insistiu durante uma reunião do seu conselho de segurança.

Segundo referiu, Moscovo “compreende” esta posição, mas não o ocidente, que praticamente não mantém relações com Minsk devido à repressão interna das manifestações da oposição em 2020 e à sua aliança com a Rússia.

A Ucrânia não pretende que Minsk participe na mesa das negociações pelo facto de o exército russo ter desencadeado a sua ofensiva em direção a Kiev a partir de território bielorrusso.

Moscovo nunca referiu pretender incluir Minsk nas conversações, enquanto Lukashenko sempre desejou ser tratado em situação de igualdade, e quando durante duas décadas a sua política externa oscilou entre o ocidente e o Kremlin.

Para Lukashenko, após a “guerra virá o tempo do renascimento e da reconstrução”. E segundo afirmou, o ocidente aproveitará para despojar a Ucrânia das suas riquezas.

“É necessário promover a harmonia entre os seus. Há muito que o refiro, os três povos eslavos [russos, bielorrussos e ucranianos] devem, atentando ao que se passa no mundo, sentar-se à mesa e entenderem-se. De igual para igual”, frisou.

A Bielorrússia é alvo de pesadas sanções económicas devido ao seu desempenho na ofensiva russa, medidas que atingem uma economia muito dependente da Rússia e estrangulada por anteriores vagas de represálias económicas ocidentais.