Cerca de 5.000 mulheres participaram na marcha, segundo a organização de direitos humanos Viasna.
A agência norte-americana Associated Press refere que a polícia acompanhou a marcha, mas que não se registaram detenções, no mesmo dia em que estudantes universitários também se manifestaram contra a detenção de colegas noutros protestos.
Marchas e manifestações de mulheres têm sido frequentes desde o início dos protestos após a reeleição de Lukashenko para um sexto mandato nas presidenciais de 09 de agosto, com 80% dos votos. A oposição considera as eleições fraudulentas.
Pela primeira vez nas manifestações, os defensores dos direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros) apareceram na marcha das mulheres com bandeiras do arco-íris, símbolo das minorias sexuais.
Lukashenko, 66 anos e que há 26 lidera a ex-república soviética de 9,5 milhões de habitantes, tem acusado os manifestantes de serem “marionetas” do Ocidente.
A líder da oposição na Bielorrússia, Svetlana Tikhanovskaya, que se exilou na Lituânia após o escrutínio, exigiu na sexta-feira perante o Conselho de Segurança da ONU o uso de “todos os mecanismos”, incluindo sanções, para terminar a violência e as “violações dos direitos humanos” do Governo de Minsk.
Referindo que “o povo bielorrusso necessita da ajuda das Nações Unidas”, Tikhanovskaya pediu à comunidade internacional o uso de “todos os mecanismos para deter a violência, incluindo sanções aos indivíduos que cometeram violações eleitorais e crimes contra a humanidade”, numa intervenção por videoconferência durante uma reunião informal do Conselho de Segurança.
Nos primeiros dias de protestos, a polícia deteve cerca de 7.000 pessoas e reprimiu centenas de forma musculada, suscitando protestos internacionais e ameaça de sanções.
Tikhanovskaya, 37 anos, também solicitou o envio imediato de observadores internacionais para que documentem a situação no terreno e a convocação de uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos para discutir a crise na Bielorrússia.
Em simultâneo, a antiga professora de inglês e candidata da oposição unificada, mas com reduzida experiência política, assegurou que a sua corrente está disposta a iniciar um diálogo com todas as partes e países que respeitem a soberania e a integridade territorial da Bielorrússia.
Os EUA, União Europeia e diversos países vizinhos da Bielorrússia rejeitaram a recente vitória eleitoral de Lukashenko e condenaram a repressão policial, e em simultâneo exortaram Minsk a estabelecer um diálogo com a oposição.
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