Foi a primeira vez que Mohammed bin Salman, governante do reino, admitiu publicamente a sua responsabilidade pelo assassinato cometido dentro do consulado saudita de Istambul por agentes vistos como próximos do príncipe.

“Assumo toda a responsabilidade, porque aconteceu sob a minha supervisão”, disse Bin Salman a Martin Smith, da rede de televisão pública dos Estados Unidos (PBS), segundo as imagens divulgadas na apresentação do documentário “O príncipe herdeiro da Arábia Saudita”, que deve ir para o ar no dia 1 de outubro, antes do aniversário de um ano da morte de Khashoggi, de acordo com a agência noticiosa Reuters.

A CIA e alguns Governos ocidentais dizem acreditar que o príncipe ordenou a morte do jornalista, mas as autoridades sauditas têm negado o seu envolvimento.

Khashoggi, colunista do jornal norte-americano Washington Post e crítico da monarquia no seu país, foi morto por agentes sauditas no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, a 2 de outubro do ano passado.

No início de junho deste ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) publicou um relatório no qual responsabilizava diretamente o príncipe pelo assassínio de Khashoggi e pediu mais sanções internacionais contra a monarquia saudita.

Uma especialista independente da ONU na área dos Direitos Humanos que investiga o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi recomenda que seja feita uma investigação sobre o possível envolvimento do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, citando “provas credíveis”.

O caso mergulhou a Arábia Saudita numa grave crise diplomática e manchou a reputação do príncipe herdeiro.

*Com agências