“Não elimino a possibilidade de abençoar os casais homossexuais que creem e pedem a bênção de Deus”, afirmou Georg Baetzing numa conferência de imprensa em Roma, após a visita dos bispos alemães ao Papa e de uma reunião com a Cúria.
Durante estas reuniões tem sido abordado o chamado Caminho Sinodal, um fórum de diálogo da igreja alemã na busca de fórmulas para superar a crise que vive a Igreja Católica, sacudida por escândalos de abusos sexuais de menores.
Nestes meses têm sido avançadas propostas como o fim do celibato obrigatório, o acesso das mulheres ao sacerdócio e questões sobre a homossexualidade, o que tem gerado mal-estar no Vaticano e o receio de um cisma da Igreja alemã.
No contexto religioso, cisma é uma divisão entre pessoas, geralmente pertencentes a uma organização, movimento ou denominação religiosa.
Durante a conferência de imprensa de hoje, o presidente dos bispos alemães defendeu que “a igreja deve mudar”.
“Não podemos seguir como antes, trata-se de transmitir a mensagem do Evangelho aqui e agora, e nem sempre olhando para o passado, mesmo correndo o risco de uma Igreja ferida”, disse.
Durante o encontro, na sexta-feira, segundo um comunicado do Vaticano, o secretário de Estado, Pietro Parolin, “referiu-se às preocupações que o Caminho Sinodal suscita, apontando o risco de ‘reformas da Igreja e não na Igreja'”.
A este propósito, Georg Baetzing assegurou que embora existam opiniões diferentes o caminho é feito em conjunto.
“Não estamos a fazer um caminho particular e não estamos a tomar decisões que não queremos para toda a Igreja universal”, disse.
Os encontros surgiram da necessidade de continuar o diálogo entre o Vaticano e a Igreja alemã.
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