“Continuamos a acreditar que o diálogo é o caminho para superar a violência”, declarou, na terça-feira, o bispo auxiliar de Manágua, Silvio Baez, depois de uma reunião de seis horas com a Conferência Episcopal.
“Apesar da hostilidade do Governo (…) não vamos abandonar o diálogo”, garantiu Baez, um dos bispos que na segunda-feira foram agredidos fisicamente por partidários do Governo.
Na segunda-feira, a Conferência Episcopal, mediadora do diálogo nacional, suspendeu duas ‘mesas de trabalho’, na sequência de um ataque a um grupo de padres na basílica de São Sebastião, em Diriamba, a 40 quilómetros a sul da capital.
Durante o fim de semana, novos confrontos entre manifestantes e forças governamentais causaram pelo menos 14 mortos. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Conselho da ONU para os Direitos Humanos condenaram, de imediato, esses “graves atos de violência”.
“Qualquer operação realizada pelas forças de segurança deve obedecer ao uso razoável e proporcional da força”, reiteraram.
Desde 18 de abril que a Nicarágua é palco de manifestações e confrontos violentos que causaram mais de 300 mortos. Os manifestantes acusam o Presidente Daniel Ortega e a mulher e vice-Presidente, Rosario Murillo, de abuso de poder e de corrupção.
Daniel Ortega está no poder desde 2007, após um primeiro mandato de 1979 a 1990.
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