“Creio que todos viram as projeções que assistimos, elas dão conta de más notícias, de uma derrota do Bloco de Esquerda, mas de uma noite também que ainda será longa”, disse Pedro Filipe Soares numa primeira reação desde o quartel-general do BE para esta noite eleitoral, o Capitólio, em Lisboa.
Segundo o dirigente do BE, “a estratégia criada pelo PS de chantagem para o país parece ter tido algum sucesso com uma ajuda que não é despiciente de uma bipolarização forçada, criada ao longo das últimas semanas e que aparentemente teve sucesso na criação de um voto útil à esquerda”.
“No entanto, o BE cá estará para essas lutas fundamentais no país: no trabalho, na saúde, na educação, naquilo que nos une enquanto país e nos desafios que hoje sendo maiores não nos fazem esmorecer”, assegurou.
Quando o líder parlamentar subiu ao palco, ouviram-se palmas dos apoiantes presentes, no único momento em que foi quebrado o silêncio que reinava desde que as projeções foram conhecidas.
Pedro Filipe Soares insistiu, por mais do que uma vez, que a noite iria "ser longa", ressalvando que "com intervalos enormes os resultados podem ser muito diferentes ao longo da noite".
"Aguardaremos para ver o resultado final, cá estaremos ao longo da noite para o comentar e avaliar em conjunto a comunicação social. A história demonstra que o Bloco de Esquerda sempre teve uma capacidade de enfrentar os momentos mais difíceis e nunca faltou ao país apesar desses momentos mais difíceis. É caminhando que se faz o caminho", respondeu aos jornalistas.
Para o dirigente do BE, "intervalos de confiança extremamente alargados" nas projeções mostram "uma indeterminação nesse processo".
"No entanto, estes dados hoje parecem um nadinha mais fiáveis ao contrário do que aconteceu nas últimas duas semanas em que agora são as próprias projeções a desmentir as sondagens e todos os barómetros que davam uma bipolarização que na realidade não existiu, uma ideia de um voto útil que não era necessário e acima de tudo um cenário político que não se está a verificar", criticou.
Da parte do Bloco, segundo Pedro Filipe Soares, sabia-se das "dificuldades" que se estava "a enfrentar".
"E cá estaremos para fazer destas dificuldades uma maior capacidade de luta para o futuro para aquilo que é fundamental para as pessoas. Não são uns resultados eleitorais que mudam a nossa garantia face às pessoas, face aos eleitores e a certeza de que para defender salário, para defender serviços públicos, para defender aquilo que nos une enquanto país, nós cá estaremos com a força e com a determinação necessária. Num contexto mais exigente, mas ao qual não viraremos a cara", comprometeu-se.
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