Na parte final do debate bimestral sobre política geral, na Assembleia da República, Catarina Martins lamentou que médicos especialistas tenham de esperar “pelo menos um ano para que haja uma vaga no SNS para serem contratados”.

“O problema é que eles não vão esperar por essa vaga, até porque as condições das carreiras no SNS já estão muito degradadas. Por isso, haverá no setor privado ou em outros países quem vá fazer ofertas melhores”, assinalou.

Catarina Martins citou uma série longa de especialidades médicas em que não foram agora abertas vagas e dramatizou as consequências desta forma de gestão.

“Não tenho tempo para dizer todas as especialidades em que há zero vagas – e não é porque não há médicos. Estamos a assistir a um dos maiores golpes contra o SNS. Literalmente, o SNS está a formar médicos para o setor privado. Agora, as vagas nem sequer abrem”, acusou.

Especificamente, Catarina Martins referiu a existência de “41 médicos de medicina interna formados todos prontos para o setor privado — médicos formados pelas universidades públicos”.

“Temos 16 anestesistas que acabaram de se formar pagos por todos nós prontos para irem para o privado sem sequer terem opção de ficar no SNS. O problema do Governo não é só pretender atrasar a despesa. Começa mesmo a parecer estratégia para engrossar o setor privado à conta do direito à saúde da maioria da população”, afirmou.

Na resposta, António Costa disse que na segunda-feira o Governo “terminou um reforço em 254 vagas de médicos de recém especialistas”.

“As especialidades que não foram incluídas nesse concurso são passíveis de contratação direta pelas administrações hospitalares, não no próximo trimestre, mas imediatamente ao abrigo de um diploma que continua em vigor”, contrapôs.

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