Em comunicado, aquele partido diz ter visitado as áreas afetadas pelo incêndio ocorrido em outubro de 2017 e contactou com a população em Mamodeiro, tendo constatado que “durante este tempo não existiram políticas públicas para o ordenamento da floresta e que o eucalipto continua a ser a espécie dominante”.

“Há um ano os incêndios ocorreram em plena onda de calor. De registar que um ano depois o país foi assolado por uma forte tempestade. As alterações climáticas tornam o clima instável e os fenómenos climáticos extremos passam a ser mais frequentes”, observam os bloquistas, defendendo que a floresta “tem também que estar adaptada a esta nova realidade e servir para mitigar esses mesmos efeitos”.

O Bloco de Esquerda considera que são necessárias medidas urgentes para “reduzir o risco de incêndio, aumentar a rentabilidade da floresta e garantir serviços ecológicos”.

“Desde logo, são necessárias medidas de associativismo florestal garantindo a gestão da floresta em grandes manchas contíguas para as proteger e para garantir aos pequenos proprietários rendimentos da atividade”, refere o comunicado.

Os bloquistas advogam ainda a necessidade de haver “um modelo económico que não transforme as florestas em meras reservas de matéria para a indústria da celulose”, sublinhando que a diversidade de espécies e espécies autóctones mais resilientes aos incêndios “devem ser apostas claras no reordenamento da floresta”.

Aveiro foi um dos concelhos da região centro afetados pelos incêndios ocorridos a 15 e 16 de outubro de 2017. A situação mais grave ocorreu com o centro logístico da Moviflor, na zona industrial de Mamodeiro, que ardeu completamente.

Em setembro, a autarquia aprovou o Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) de Aveiro, para o período compreendido 2018-2027.

Na altura, o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, notou que esta é a primeira vez que o município tem um plano de defesa da floresta contra incêndios “formal”, uma vez que a anterior versão não foi aprovada pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

O PMDFCI é um instrumento operacional que abrange toda a área florestal do município e que pretende atuar ao nível da prevenção sensibilização, vigilância, deteção e supressão, intervindo estrategicamente ao nível da defesa da floresta contra incêndios.