Segundo um comunicado da empresa com sede em Chicago, no Estado norte-americano do Illinois, a decisão de suspender os voos dos 737 MAX - na sequência da queda de um dos aparelhos no domingo na Etiópia, que fez 157 mortos - foi tomada depois de consultar a Administração Federal da Aviação (FAA, na sigla em inglês) e a Associação Nacional de Segurança nos Transportes.
A Boeing acrescentou que esta é uma medida “de precaução, para tranquilizar todos os passageiros sobre a segurança da aeronave”.
O comunicado da empresa foi divulgado minutos após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado a suspensão dos voos dos modelos 737 MAX 8 e 9.
Na Casa Branca, Trump assegurou à imprensa: “Todos esses aviões serão imobilizados com efeito imediato”, uma medida que provocou uma nova queda da Boeing na bolsa.
“Estamos a apoiar este passo proativo com uma grande dose de precaução. A segurança é um valor fundamental da Boeing desde que começámos a construir aviões e sê-lo-á sempre”, afirmou o presidente e administrador-delegado da companhia, Dennis Milenberg.
Além disso, o responsável máximo da empresa assegurou estar a trabalhar para “entender as causas do acidente em colaboração com os investigadores”, para evitar que um caso semelhante volte a acontecer.
Milenberg expressou também condolências aos familiares das 157 vítimas (149 passageiros e oito tripulantes) do Boeing 737 MAX da Ethiopian Airlines que se despenhou no domingo de manhã, poucos minutos depois de ter descolado de Adis Abeba com destino à capital do Quénia, Nairobi.
À espera dos dados definitivos da sessão da bolsa de Nova Iorque de hoje, a Boeing perdeu em três dias cerca de 33 mil milhões de dólares.
Na sequência do acidente, a Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA) proibiu na terça-feira o modelo 737 MAX 8 de operar no continente europeu, juntando-se a 20 países e 30 companhias aéreas de todo o mundo que suspenderam os voos com esses aparelhos.
Duas horas antes do anúncio de Trump, também o Canadá decidiu suspender “de forma imediata” os voos dos aviões Boeing 737 MAX 8 e 9 no seu espaço aéreo, depois de ter recebido “nova informação hoje de manhã”, indicou o ministro dos Transportes canadiano, Marc Garneau.
As duas caixas negras do avião Boeing 737 MAX 8 da Ethiopian Airlines serão analisadas em França, indicou hoje o organismo francês de Investigação de Acidentes Aéreos (BEA).
Na rede social Twitter, o BEA precisou que as autoridades etíopes pediram a sua ajuda para examinar esses aparelhos que registam a atividade dos instrumentos do avião e as conversas da tripulação.
“Toda a comunicação sobre os avanços da investigação cabe a essas autoridades”, acrescentou o BEA, cujo porta-voz precisou que as duas caixas negras serão transportadas para França na quinta-feira.
O responsável das relações públicas da Ethiopian Airlines, Biniyam Demsie, tinha anunciado hoje que a Etiópia iria enviar as caixas para o estrangeiro porque o país não tem a capacidade técnica nem a experiência necessárias na matéria.
A queda deste avião ocorreu depois de, em outubro do ano passado, outro Boeing 737 MAX 8, da companhia Lion Air, se ter despenhado na Indonésia, 12 minutos após a descolagem, segundo uma das caixas negras devido a falha no sistema automático, causando 189 mortos.
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