“Ali Ngulde, o comandante do grupo terrorista, acusou as mulheres de bruxaria e mandou cortar-lhes a garganta”, disse Muhammad Goni, comandante da Força Tarefa Conjunta Civil (CJTF), um grupo de vigilantes que trabalha com o Exército nigeriano desde 2013 para combater o terrorismo, citado pela agência Efe.
O massacre ocorreu na área do governo local de Gwoza, que pertence ao estado nordestino de Borno.
Segundo Goni, as vítimas faziam parte de um grupo de mais de 40 mulheres raptadas pelo grupo terrorista.
Após a morte de um número desconhecido de filhos do líder do Boko Haram, este acusou as mulheres de lançarem feitiços para os matar.
“[Ngulde] é realmente bárbaro. É perverso o que estes terroristas estão a fazer ao nosso povo”, lamentou Goni.
Uma fonte do Exército nigeriano, que solicitou o anonimato, também confirmou o massacre à Efe.
“Estas pessoas (combatentes de Boko Haram) são uma ameaça para a humanidade. Eles não devem viver”, acrescentou a fonte militar.
O nordeste da Nigéria tem sido alvo dos ataques do Boko Haram desde 2009, violência que escalou em 2016 com o surgimento de uma sua fração, o Estado islâmico na província da África Ocidental (Iswap).
Ambos os grupos procuram impor um estado de estilo islâmico na Nigéria, que é predominantemente muçulmano no norte e predominantemente cristão no sul.
O Boko Haram e o Iswap já mataram mais de 35.000 pessoas e causaram cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, na sua maioria na Nigéria, mas também em países vizinhos, como os Camarões, Chade e Níger, de acordo com dados do Governo e da Organização das Nações Unidas.
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