Na carta dirigida aos leitores, assinada por Carlos Cabecinhas e datada de 29 de outubro, lê-se que “ao longo destes 16 anos”, através do boletim, o santuário “tem procurado levar a mensagem deixada por Nossa Senhora a todos os continentes”, para “ser uma presença viva da Cova da Iria em cada uma das vossas casas, das vossas igrejas”.

“Hoje, colocam-se-nos novos desafios que têm de ser medidos em função do tempo em que vivemos”, refere a carta, explicando que a publicação “vive dos donativos” dos subscritores que, “embora revelem uma grande generosidade, estão longe de cobrir o seu custo, sobretudo ao nível da impressão e da distribuição”.

Na missiva, Carlos Cabecinhas anuncia que “este boletim vai entrar numa nova fase” e “a edição de maio do próximo ano já não será impressa em papel, devendo ser seguida e lida através da internet e disponível em www.fatima.pt”.

Segundo o reitor, “manter-se-ão as edições nas várias línguas”.

Na carta, o sacerdote desafia ainda “os promotores de iniciativas relacionadas com o culto de Nossa Senhora de Fátima” a enviarem “imagens e informação relativas a celebrações ou outras atividades”, para que, “dentro dos critérios editoriais” do santuário, se possa “aproveitar algumas partilhas”, de forma a ter-se “um maior conhecimento” sobre o culto a Nossa Senhora de Fátima no mundo.

Fonte oficial da instituição explicou à Lusa que, “no âmbito do plano de reestruturação que o santuário tem vindo a fazer no contexto de contenção de custos, sobretudo dos custos fixos, e uma vez que este boletim nunca atingiu na totalidade os objetivos pastorais a que se propôs, foi decidido interromper a edição em papel, oferendo estes conteúdos apenas de forma digital”.

“As publicações do santuário são ambas gratuitas, quer a Voz da Fátima, quer a Fátima Luz e Paz, e vivem dos donativos que, quer de uma, quer de outra, não chegam sequer para pagar a impressão”, salientou a mesma fonte, destacando, por outro lado, que “a expedição via postal tem custos elevados”.

Referindo que “o santuário sempre considerou estas publicações um instrumento importante para a difusão da mensagem de Fátima”, esta fonte realçou que as publicações “vão continuar, apenas com a passagem do boletim para edição digital”.

No caso da Voz da Fátima, o santuário terminou um inquérito aos leitores e, das mais de 60 mil cartas enviadas, a instituição recebeu a resposta de um terço, nas quais se abordava “a questão dos conteúdos e do que é que as pessoas querem ler no jornal”.

“Tivemos uma resposta muito favorável, incluindo com sugestões interessantes às quais vamos procurar responder”, declarou a fonte oficial, lembrando que o jornal, mensal, “teve uma remodelação assinalável no ano do centenário, em 2017, em termos de aspeto gráfico e, ao nível dos conteúdos, robusteceu-se”.

O jornal Voz da Fátima, com edição de 12 páginas, é o mais antigo projeto de comunicação do santuário. Completa 100 anos em 13 de outubro de 2022, estando a instituição a preparar um programa próprio. Chega a mais de 62 mil lares todos os meses.

Já o boletim trimestral Fátima Luz e Paz, de 16 páginas e 12 mil exemplares de tiragem, chegava a 174 países e vai continuar a estar disponível no ‘site’ do santuário nas sete línguas oficiais da instituição: português, inglês, francês, italiano, alemão, espanhol e polaco.

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